O esquadrão da morte de São Paulo e a imprensa paulista: um estudo sobre o Jornal da Tarde, O Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo (1968-1978)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fernandes, Márcia Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06092018-111924/
Resumo: A presente tese consiste em um estudo das representações sociais pelos jornais Jornal da Tarde, especificamente as matérias do jornalista Percival de Souza, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo sobre o Esquadrão da Morte da cidade de São Paulo, compreendendo o período de novembro de 1968 a dezembro de 1978. Tem como objetivo contribuir para o estudo histórico da imprensa e sua atuação no Brasil contemporâneo, na medida em que seus agentes possuem interesses e objetivos reais na construção e condução de uma interpretação coletiva da sociedade. Adotamos o conceito de representações sociais do historiador Roger Chartier, sendo que de acordo com este as representações sociais produzem práticas e estratégias, no intuito de legitimar um projeto reformador, em detrimento de outro. Além disso, foram realizadas entrevistas, tendo por objetivo ampliar a discussão em torno das fontes e recuperar um dado contexto que não pudemos apreender das reportagens analisadas, dando voz aos protagonistas da história. As entrevistas realizadas foram com o jornalista Percival de Souza, os Procuradores Dr. Hélio Pereira Bicudo e o Dr. João Benedito Azevedo Marques, que foram protagonistas nas investigações sobre as atividades do Esquadrão da Morte, e o Capitão Francisco Jesus da Paz. Por fim, a pesquisa constatou que se no início as matérias apontam para o surgimento do Esquadrão da Morte como um ato de vingança, aderindo às versões dos delegados e policiais, a partir de meados dos anos de 1970 os jornais assumem uma nova postura ao apresentar a incoerência das autoridades públicas do Poder Executivo do Estado de São Paulo, particularmente o ex-governador Roberto de Abreu Sodré e o ex-secretário de Segurança Pública Hely Lopes Meirelles, em continuarem negando a existência do Esquadrão da Morte, além de destacarem o empenho da Justiça para punir os integrantes do Esquadrão da Morte.