Soroepidemiologia da leptospirose em capivaras em ambientes antropizados e não antropizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cavalini, Matheus Burilli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-05122022-111539/
Resumo: Tendo em vista a importância das capivaras como reservatórios para Leptospira e a expansão das populações desta espécie especialmente em áreas antropizadas, torna-se de extrema importância a avaliação de sorogrupos predominantes a fim de elucidar a cadeia epidemiológica da doença e permitir a adoção de medidas de controle efetivo. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar a sorologia de capivaras capturadas no Pantanal (regiões de paisagens naturais PN’s) e em São Paulo (regiões de paisagens modificadas pelo homem PMH’s) através da análise de titulação dos diferentes sorogrupos de Leptospira nos animais reativos, bem como a variação na titulação em animais recapturados. Para isso, foram utilizadas 382 amostras de soro sanguíneo de capivaras capturadas entre os anos de 2015 e 2019 em sete municípios do estado de São Paulo e em regiões de paisagens naturais. Foi realizado o teste de soroaglutinação microscópica e os dados foram analisados por medidas descritivas com cálculo de frequência e foi realizada a comparação descritiva entre os dois tipos de paisagem. Os resultados da captura demonstraram 29% de frequência total de soros reagentes, sendo o sorogrupo Australis o mais frequente. O mesmo padrão foi observado para os resultados de PMH’s considerando que a maior parte dos soros eram provenientes do estado de SP, porém nas PN’s os sorogrupos mais frequentes foram Ballum, seguido de Australis e Hebdomadis. A região de Ribeirão Preto apresentou a maior frequência entre as PMH’s, enquanto o Pantanal Norte apresentou maior frequência dentre as PN’s. No ranking geral, o sorogrupo mais provável foi o Australis, o qual apresentou reação nos animais de todas as regiões estudadas, exceto Avaré. A seguir, foram observadas frequências elevadas dos sorogrupos Grippotyphosa e Icterohaemorrhagiae, especialmente na região do Horto Florestal. Por último, destacaram-se os sorogrupos Serjoe e Hebdomadis, com frequências elevadas especialmente em Ribeirão Preto. Portanto, considerando a ausência de hospedeiro natural para os principais sorogrupos encontrados, como os suínos para o sorogrupo Australis, o presente levantamento sorológico indica que as capivaras são capazes de manter esses sorogrupos no ambiente, confirmando que capivaras que vivem em área urbana podem representar um fator de risco para leptospirose para a população humana eventualmente exposta.