No avesso do espelho: Gilberto Gil e a metacanção tropicalista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gonçalves, Patrícia Anette Schroeder
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-27022024-181555/
Resumo: Este trabalho consiste num estudo sobre a metalinguagem de Gilberto Gil entre os anos de 1963 e 1969, portanto antes, durante e logo após os acontecimentos tropicalistas. Os capítulos a seguir procuram identificar nos fonogramas a figuração da canção e os personagens músicos, no intuito de interpretar as formas do ofício cancional na obra de um artista que vivenciou como poucos as transformações produtivas e simbólicas de seu campo no decorrer da década de 1960. Um aspecto confessional (aliado aos temas lunares das serenatas) se destaca em faixas como Serenata do teleco-teco, Meu luar, minhas canções e mesmo Eu vim da Bahia, compostas em Salvador entre 1963 e 1965. Se as entrevistas de Gil exprimem desde cedo os determinantes comerciais da produção e divulgação musicais, suas letras demoram um pouco a tematizá-los, mas parecem começar a intui-los em Lunik 9 (1966). No fim da década, atinge-se o cerne de uma metalinguagem radiofônica e televisiva, da qual Lindonéia (Gil/Veloso, 1968) e Aquele abraço (1969) são para nós representativas. Par a par com o teor intertextual das metacanções de Gilberto Gil, esta tese estabelece relações entre seu cancioneiro e obras literárias e musicais brasileiras. As análises das canções incorporam também a pesquisa em jornais e arquivos da ditadura, assim como a bibliografia sobre tropicalismo e canção dos anos 1960.