O mundo está mudando rápido demais? Gênero e sexualidade no currículo médico: a perspectiva de professores de um curso de graduação em medicina no Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Adriana Stephanie Nascimento dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-02052023-160919/
Resumo: Há algumas décadas diversas propostas de reforma do ensino em medicina têm sido conduzidas para produzir mudanças na formação profissional, na relação entre médicos e pacientes e proporcionar melhor atendimento à população. Nesse contexto, gênero e sexualidade são duas temáticas percebidas como escassas e que necessitam de maior presença, tendo em vista que essa situação reflete no cuidado com pessoas diversas. O presente estudo, de cunho qualitativo, tem como objetivo investigar se existe e como é feito o ensino dos temas gênero e sexualidade na graduação de um curso de medicina sob a perspectiva dos professores. O estudo foi conduzido em uma faculdade de medicina no Estado de São Paulo. Para sua realização foi utilizada a técnica de entrevista semiestruturada. Entrevistas semiestruturadas foram realizadas com dezesseis (16) professores responsáveis por disciplinas/unidades curriculares de diversas especialidades médicas. As entrevistas foram realizadas em ambiente virtual e com o consentimento dos participantes foram gravadas e, posteriormente, transcritas. As análises das entrevistas foram feitas após sua transcrição e leitura exaustiva, com construção de categorias de análise temáticas para a compreensão do fenômeno. Como resultado, encontrou-se pouco conteúdo na matriz curricular relacionado aos temas de gênero e sexualidade. Foi observada uma crescente demanda discente pela abordagem destas temáticas. Destaca-se a importância da dimensão geracional na perspectiva dos docentes, no que diz respeito à forma de tratar os temas e às dificuldades em abordá-las em sala de aula, na medida em que não tiveram acesso a essas discussões em sua formação. Os participantes mencionam a ocorrência de uma reforma curricular no curso objetivando maior integração entre as disciplinas/unidades curriculares, mas que não teria atendido às expectativas de ampliação da interdisciplinaridade e da maior integração entre departamentos acadêmicos. Observam ainda que a extensa carga horária do curso de medicina seria um obstáculo para inclusão de novas temáticas