Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Barbara Castelano |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-23032023-145701/
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Resumo: |
As formigas-cortadeiras causam danos de grandes proporções em várias culturas, e são consideradas pragas-chave da silvicultura. A homeostase das colônias de formigas-cortadeiras é constantemente ameaçada devido à exposição a grande diversidade de fungos invasores. Consequentemente, esses insetos sociais desenvolveram a capacidade de reconhecer e neutralizar fungos entomopatogênicos e micoparasitas de seus jardins de fungo mutualista. O reconhecimento e emprego de estratégias de defesas contra a invasão se dá por meio da detecção de sinais químicos como compostos voláteis e não voláteis emitidos pelos fungos, bem como pelo contato físico com os propágulos. Grande parte das defesas empregadas se deve aos comportamentos higiênicos self-grooming, allo-grooming e weeding promovidos por operárias, que são importantes para prevenir e impedir a expansão da disseminação. Tais estratégias de defesa são um dos principais entraves ao uso de controle microbiano em formigas-cortadeiras. Contudo, o comportamento das formigas-cortadeiras na presença de propágulos fúngicos incomuns no interior de ninhos, como blastosporos e microescleródios, ainda não é conhecido. Diante do exposto, a atratividade de diferentes propágulos fúngicos e seus compostos voláteis e não voláteis oriundos de blastosporos de Beauveria bassiana, microescleródios (MS) de T. longibrachiatum e conídios de ambos os fungos foi avaliada para operárias de Atta sexdens rubropilosa. Quando constatada tendência de atratividade, os propágulos foram contrastados em testes de preferência e seus compostos voláteis foram analisados por cromatografia gasosa. Os resultados sugerem que os compostos voláteis e não voláteis oriundos de blastosporos de B. bassiana foram atrativos às operárias de A. sexdens rubropilosa. Os compostos voláteis liberados por conídios de B. bassiana também demonstraram uma tendência à atratividade, e foram preferidos em relação aos blastosporos, possuindo em seu perfil cromatográfico maior diversidade de constituintes atrativos. Quando as operárias tiveram a oportunidade de contato com os propágulos frescos, nenhuma alteração em seu comportamento foi observada e a mesma proporção de discos foliares impregnados ou livre de propágulos fúngicos foi carregada pelas operárias, com exceção dos discos tratados com MS de T. longibrachiatum que foi considerado não atrativo às operárias. Além disso, a virulência de blastosporos foi comparada com conídios de B. bassiana para A. sexdens rubropilosa e foi possível constatar que os blastosporos foram capazes de infectar e matar rapidamente operárias de saúva com eficiência comparável aos conídios aéreos, bem como, as formigas empregaram significativamente menos selfgrooming quando em contato com blastosporos em comparação aos conídios do mesmo fungo. Por último, o padrão de deposição desses dois tipos de propágulos produzidos por B. bassiana na cutícula de operárias da saúva foram comparados em imagens de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e revelaram uma quantidade maior de blastosporos depositados ao tegumento das operárias, mesmo após períodos realizando comportamentos higiênicos. Levando em consideração a atratividade e virulência dos blastosporos e conídios de B. bassiana, esses propágulos foram considerados potenciais agentes de controle para A. sexdens rubropilosa. Contudo, os blastosporos oferecem vantagens ao controle de pragas devido à produção em fermentação submersa, mais rápida e padronizada, em comparação ao método de fermentação em substrato sólido usado para produção de conídios aéreos. |