Resposta comportamental das operárias de Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908 (Hymenoptera, Formicidae) a substância química inseticida e fungicida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sousa, Kátia Kaelly Andrade [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181103
Resumo: As formigas cortadeiras Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns) são apontadas como as principais pragas de ecossistemas florestais e agrícolas, em razão dos prejuízos que causam ao cortarem as folhas das plantas para o cultivo do fungo simbionte. Esse material vegetal selecionado é transportado para a câmara de fungo, onde passa por várias fases de processamento, desde o corte, à incorporação no jardim do fungo. Tal seleção feita pelas operárias forrageiras é influenciada pelas necessidades nutricionais do jardim de fungo e/ou a ausência de substâncias potencialmente nocivas a colônia. Conhecimento este, evidenciado em estudos que observaram a rejeição de plantas palatáveis quando essas apresentaram substâncias nocivas a colônia, como a cicloheximida (CHX), substância conhecida como fungicida em estudos realizados com formigas cortadeiras. As formigas não são capazes de detectar tal fungicida, mas observa-se uma rejeição retardada, quando o fungicida é incorporado ao jardim de fungo. Esse reconhecimento retardado, hipotetizou que um semioquímico emitido pelo jardim de fungo regula a seleção de plantas por operárias, sendo interpretado como uma comunicação entre o fungo simbionte e as operárias de formigas cortadeiras. Assim, alguns questionamentos são importantes como: as operárias respondem a ação do fungicida alterando seus comportamentos dentro da colônia e quais são? Qual o efeito ocasionado pela a CHX em formigas cortadeiras? Existe uma comunicação através de um volátil semioquimico liberado pelo fungo para promover a rejeição do substrato pelas forrageiras? Visto esses questionamentos, o objetivo desse estudo foi avaliar as alterações comportamentais das operárias de formigas cortadeiras, tempo de carregamento, deposição de lixo, quando sujeitas a presença da CHX, o efeito na mortalidade de formigas cortadeiras por via oral pela ação da CHX e identificar os compostos voláteis liberados pelo jardim de fungo em resposta a CHX, bem como a resposta comportamental das operárias em relação a jardins de fungos saudáveis e não saudáveis. Como resultado o fungicida afetou negativamente e estruturalmente as colônias de formigas cortadeiras. Os comportamentos sofreram aumento nas frequências de lamber o pellet e a limpeza entre as formigas, além disso, ocorreu aumento do tempo de carregamento e mortalidade de operárias encontradas na câmera de lixo no decorrer da incorporação com CHX. Para o estudo da mortalidade observou-se que a CHX em altas concentrações promove a mortalidade de operárias de formigas cortadeiras por ingestão. No entanto, a CHX não pode ser considerado um potencial formicida, devido a sua baixa mortalidade em alta concentração (menor 50%), modo de ação desconhecido para esses insetos, não apresentar ação retardada como a sulfluramida, e ser tóxica ao ser humano e a outros organismos. Além disso, nenhum semicoquímico volátil foi emitido pelo jardim de fungo sob a ação de substâncias deletérias. Portanto, o presente estudo concluiu que os comportamentos realizados durantes a incorporação, sofrem alterações quando presente uma substância nociva a colônia, e a não presença de um semioquímico volátil presente para a comunicação fungo-formigas, além do mais, fato importante é a CHX ocasionar mortalidade em formigas cortadeiras.