Trabalho e adoecimento na perspectiva de agentes comunitários de saúde da Coordenadoria de Saúde centro-oeste do município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cheavegatti, Denise
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7137/tde-11032008-114413/
Resumo: Os agentes comunitários de saúde (ACS) integram o processo de produção de saúde e desenvolvem processos de trabalho peculiares, na medida em que são, ao mesmo tempo, moradores e trabalhadores no território de atuação. Dado que em estudos anteriores verificou-se a emergência de cargas de trabalho em seu cotidiano, que assumiam um relevo importante a ponto de causar impacto em seu corpo biopsíquico, este estudo teve como objetivos: identificar cargas de trabalho a que os ACS de uma determinada Coordenadoria de Saúde do Município de São Paulo estavam expostos; identificar processos de fortalecimento na vida e no trabalho; verificar se os ACS estabeleciam nexos entre o trabalho, a vida e seu processo saúde-doença e identificar propostas de enfrentamento em relação aos potenciais de desgaste e para o aprimoramento dos potenciais de fortalecimento. Parte-se da premissa de as que cargas de trabalho são mediações entre o processo de trabalho e o desgaste psicobiológico do trabalhador. A coleta de dados foi realizada através da estratégia de grupo focal, que ocorreu em 3 encontros com 10 ACS da Coordenadoria de Saúde Centro-Oeste do Município de são Paulo, entre julho e agosto de 2007. Os procedimentos éticos foram resguardados. Dentre os resultados mais relevantes, os ACS referiram-se expostos às cargas de trabalho psíquicas, fisiológicas, biológicas, químicas e mecânicas, sendo que as duas primeiras foram predominantes. Os ACS mencionaram nexos entre as cargas psíquicas, mecânicas e biológicas e seu processo saúde-doença, ao relatarem, principalmente, o desenvolvimento de sintomas psíquicos difusos, como frustração e angústia, bem como diagnósticos de depressão e problemas ósteo-articulares. Quanto aos potenciais de fortalecimento na vida e no trabalho, identificaram-se, preponderantemente, sentimentos positivos em relação à profissão, bom relacionamento com a equipe e comunidade e estabilidade financeira. As propostas para enfrentamento dos potenciais de desgaste e aprimoramento dos potenciais de fortalecimento partiram dos próprios ACS, ressaltando-se a necessidade de fortalecer a categoria profissional, assim como de melhor definir suas atribuições, divulgando-as perante a comunidade e membros da equipe de saúde. Ademais, mencionaram propostas que se referem ao âmbito do gerenciamento do Programa Saúde da Família (PSF) e das políticas de saúde, apontando com maior relevância, a necessidade.de que as bases constituintes do PSF, assentadas no Sistema Único de Saúde, não sejam desvirtuadas em função da produtividade, resguardando-se a qualidade no atendimento às necessidades de saúde da população Indica-se, portanto, a necessidade de integrar os ACS nos debates acerca da profissão, no que diz respeito a seus rumos, e às possibilidades de intervenção em seu processo de trabalho, de forma a minimizar os processos de desgaste e fortalecê-los para o enfrentamento de situações cotidianas