Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Signorini, Lucas Hangai |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-21082020-142755/
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Resumo: |
Este trabalho teve por objetivo examinar situações pertinentes ao contexto do trabalho em equipe multiprofissional em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que foram disparadoras para a reflexão a respeito das múltiplas compreensões de conceitos e noções que coabitam o campo da Saúde Mental. Nesse sentido, pretendeu demonstrar que a noção de crise, por vezes tomada como consenso, apresenta pluralidade semântica pouco reconhecida no exercício cotidiano do trabalho na instituição de saúde. O não reconhecimento dessa diferença, em prol do consenso e da criação de uma língua comum, produz efeitos que não correspondem à ética do trabalho em equipe que, ao frustrar-se, prescinde das condições para responder aos obstáculos da clínica existentes em um CAPS. Inicialmente, esclarecemos as premissas e os limites da própria concepção de multiprofissionalidade, destacando o fracasso da proposta de complementaridade dos saberes. A noção de desentendimento, no âmbito da filosofia política, fundamental para compreensão de configurações democráticas, foi evocada em ressonância ao conceito de Verleugnung, estabelecido pelo referencial teórico-metodológico psicanalítico, para que pudéssemos discriminar os efeitos das situações em que opera o não reconhecimento da diferença. A argumentação de que há diferentes concepções de crise no campo da saúde mental foi construída de forma a considerar tanto o processo histórico de apropriação dessa noção pela Psiquiatria e pela Saúde Mental, quanto a produção científica atual que escolhe essa noção como elemento fundamental. Para alcançar nossos objetivos, utilizamo-nos de duas situações vivenciadas pelo pesquisador na instituição em que trabalha, para que elas ilustrassem os impasses gerados pela desautorização da percepção das múltiplas concepções de crise. Pudemos constatar que a indiferença e a identificação com agressor, posições sustentadas pela angústia gerada na situação traumática, compõem os efeitos deletérios no campo, sobre os quais o vínculo surge como resposta eficaz para redimensioná-los na continuidade do trabalho clínico. A posição ética do psicanalista, frente a essa experiência de trabalho em um CAPS, consiste no reconhecimento das diferenças, situando a crise no escopo das discussões, bem como a reivindicação do vínculo enquanto instrumento de trabalho pelos membros da equipe |