A capoeira da roda, da ginga no registro e da mandinga na salvaguarda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Braga, Geslline Giovana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-24102017-192923/
Resumo: A Política de Patrimônio Imaterial no Brasil foi instituída em 2000. Desde então bens intangíveis são registrados como patrimônio cultural imaterial e ao Estado cabe garantir a salvaguarda destes, assegurando continuidade, fruição e sustentabilidade. A Roda de Capoeira e o Ofício de Mestre foram registrados como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, em 2008, pelo Iphan Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Como preveem as políticas de patrimônio, seguiram-se as ações de salvaguarda. Em 2012, estas foram descentralizadas para as superintendências estaduais do Iphan. Em 2014, a Roda de Capoeira foi inscrita pela Unesco Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. As controvérsias públicas dos últimos anos entre Estado e Capoeira, exibem questões teóricas para antropologia e para as políticas de patrimônio. Os objetivos desta tese são compreender como os capoeiristas conceituam o termo patrimônio, como semantizam o registro e o que esperam das ações de salvaguarda. Por meio da etnografia multissituada e a partir das ações do CGSPR - Comitê da Salvaguarda da Capoeira no Paraná, realizei a pesquisa de campo em eventos de Capoeira, lugares onde as ações para salvaguarda foram desenhadas e realizavam-se, como trocas de saberes e afetos entre capoeiras, entre Iphan e Capoeira. A tese divide-se em duas partes, como forma de remontar uma roda; na primeira parte o registro, na segunda a salvaguarda, com a intenção de demonstrar as especificidades de cada um dos instrumentos de patrimonialização, como complementares em suas intenções. O registro é analisado a partir dos relatos orais dos mestres, de documentos disponibilizados pelo Iphan e da bibliografia de capoeiristas. A salvaguarda é descrita a partir das ações do CGSCPR. Nos traçados da tese revela-se como os capoeiristas semantizam o registro por meio de suas trajetórias pregressas com o Estado e suas memórias não-vividas da escravidão e da criminalização. E esperam da patrimonialização ação, razão e reconhecimento em forma de direitos. Ao conotarem o conceito de salvaguarda os mestres consideram que a Capoeira já foi salvaguardada no século XX, enquanto os mestres morreram à mingua, portanto para estes agora a salvaguarda é esperada.