A floresta em rede: a informação como instrumento de mediação e resistência cultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Walace Soares de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-04052022-115403/
Resumo: Introdução: Esta pesquisa se pauta em uma abordagem histórico-sociológica, com o intento de empreender o diálogo conceitual das ciências sociais com os conceitos informacionais, enfocando a reorganização da cultura da etnia indígena Paiter-Suruí, em sua relação com a cultura contemporânea e o mundo digital. Muito além das permutas e imposições culturais, o imperativo da aquisição pela apropriação social da Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) oportunizou adaptação e resistência cultural dos Paiter-Suruí à sociedade em rede. Objetivo: A pesquisa propõe apresentar o processo de construção da luta e resistência dos Paiter-Suruí pela preservação da floresta e de sua cultura, aliado a parcerias e à apropriação social das TIC nesse decurso. Métodos empregados: Trata-se de um estudo de caso, com levantamento documental do período de 1999 até os dias atuais, envolvendo os seguintes documentos: Projeto Diagnóstico Agroambiental e Plano de Gestão da Terra Indígena Paiterey Garah, Etnozoneamento, Projeto Mapeamento Cultual, Maloca Digital; foram utilizados também projetos ambientais, culturais e transcrições orais realizadas por parcerias dos Paiter-Suruí. Além disso, foi realizada uma revisão bibliográfica da ciência da informação, dialogando com as ciências sociais. Resultados: A pesquisa revela o processo de transição cultural dos Paiter-Suruí pela apropriação social, o estabelecimento de parcerias oficiais e do terceiro setor, refletindo suas consequências, prós e contras, bem como suas perspectivas. Conclusões: A apropriação social não substituiu a tradição oral do povo indígena Paiter-Suruí. Ao contrário, a mídia digital passou a ser mais uma de suas expressões. A preservação da cultura continua se dando pela oralidade, adaptando-se o contexto e os instrumentos digitais. O compartilhamento virtual com outras culturas anuncia esses indígenas ao mundo, bem como suas causas pela preservação ambiental e cultural. Suas fronteiras se estenderam para além do território real. Sua expansão virtual lhes proporcionou visibilidade e voz em escala mundial. Com o processo de apropriação social da informação e seus instrumentos, os Paiter-Suruí assumem o protagonismo de sua história, pela inclusão digital e resistência cultural.