Efeito da AMPK sobre a remodelação óssea em modelo experimental murino de movimentação dentária ortodôntica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Letícia Fernanda Duffles
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-06122022-153813/
Resumo: A movimentação dentária ortodôntica (MDO) resulta de uma intensa remodelação óssea em ambiente estéril. A aplicação de um estímulo mecânico ao dente gera uma cascata de eventos físicos e biológicos no periodonto, formando uma área de tensão e outra de pressão no alvéolo dentário, com ação de osteoblastos e osteoclastos, respectivamente. Esses tipos celulares demandam uma alta taxa de energia durante a diferenciação e especialmente durante sua ação, levando à ativação da proteína quinase ativada por adenosina monofosfato (AMPK). A AMPK é um complexo de proteína quinase serina/treonina heterotrimérica, que possui um papel central na homeostase energética, atuando em situações de déficit energético, com o objetivo de inibir processos que consomem energia e estimulando os produtores. Dessa forma o objetivo do nosso estudo foi investigar o papel da deleção de AMPK, especificamente em osteoclastos e osteoblastos, durante a remodelação óssea alveolar in vivo. Para isso foram utilizados animais deficientes condicionais de AMPK em osteoclastos (CtskCre/0 AMPKf/f) e osteoblastos (Col1a1Cre-ERT2/0 AMPKf/f) e seus respectivos controles CtskCre/0 e Col1a1Cre/0 AMPKf/f, submetidos à colagem de mola de níquel-titânio no primeiro molar superior direito, ancorada aos incisivos. Primeiramente foi observado que a deleção seletiva de AMPK em osteoclastos resultou em uma maior MDO após 12 dias de aplicação da força, associado a uma maior expressão dos genes para IL-6 e menor expressão de IL-10 em tempos iniciais da MDO. Além disso, camundongos CtskCre/0 AMPKf/f apresentaram melhores parâmetros ósseos alveolares representados por maior densidade mineral, maior volume ósseo e menor espaço entre as trabéculas, bem como uma menor expressão gênica de ctsk e rankl no osso alveolar, quando comparado aos controle. Corroborando a esses achados verificamos que o osso alveolar de camundongos CtskCre/0 AMPKf/f apresentaram uma razão entre matriz mineral e matriz orgânica relativamente maior identificada pela razão de intensidade das bandas em infravermelho, bem como estruturas minerais mais nítidas identificadas por microscopia eletrônica de varredura, quando comparado ao osso alveolar de camundongos controle. Nos camundongos Col1a1Cre-ERT2/0 AMPKf/f verificamos uma menor MDO e a deleção seletiva de AMPK provocou uma piora nos parâmetros ósseos alveolares representada pela redução da densidade mineral óssea, menor volume ósseo e trabéculas ósseas mais finas quando comparado aos camundongos controle. Esses resultados sugerem que a AMPK, em osteoclastos, possui um papel favorável à osteoclastogênese e em osteoblastos essa proteína apresenta uma ação osteoprotetora. Além disso, a AMPK parece ter um papel importante sobre a atividade de osteoclastos e osteoblastos especificamente durante a MDO.