Efeito de um programa híbrido de mudança intensiva de estilo de vida no tratamento da obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Coelho, Graziele Souza de Menezes Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-01082024-172441/
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença crônica não transmissível de prevalência crescente e multifatorial. No tratamento da obesidade, está bem estabelecida a importância da adoção de um estilo de vida saudável por meio de modificações comportamentais. Há cerca de 30 anos, programas de mudança intensiva no estilo de vida têm sido extensivamente estudados. Atualmente no Brasil não existem estudos para avaliar abordagens intensivas específicas para obesidade, devido ao alto custo e à longa duração dos programas clássicos. Para contornar esse cenário, uma abordagem híbrida, com consultas presenciais e remotas, foi desenvolvida para facilitar a participação dos pacientes, reduzir os custos e promover adesão a longo prazo. O objetivo principal foi avaliar o efeito de um programa híbrido intensivo de intervenção no estilo de vida na perda de peso em adultos com obesidade. Métodos: O estudo incluiu adultos com obesidade que estavam em tratamento médico habitual, e que foram aleatoriamente randomizados para dois grupos: intervenção ou controle, com um tempo de seguimento de 20 semanas. No grupo intervenção, os participantes seguiram um programa com atividades específicas planejadas para cada semana, que incluiu seis sessões em grupo, com duração de 30 a 60 minutos, sendo duas presenciais e quatro remotas. Além disso, receberam ao todo 5 vídeos e 10 orientações via mensagem de texto, que incluíram orientações sobre mudanças no estilo de vida, como dieta, atividade física e comportamento. O tratamento médico habitual foi mantido durante todo o estudo. O grupo controle recebeu apenas o tratamento médico habitual. Todos os participantes foram submetidos a avaliações de antropometria, composição corporal, parâmetros metabólicos, consumo alimentar, compulsão alimentar e saúde mental. Resultados: Um total de 200 pacientes foram incluídos no estudo, sendo 86% do gênero feminino, com idade média de 47,9 ± 7,0 anos. A perda média de peso foi estatisticamente maior no grupo intervenção do que no grupo controle, respectivamente, -2,1 kg (-4,5-0,6 kg); -0,7 kg (-2,7-1,1 kg) (p=0,035), assim como a redução nos níveis de colesterol LDL (p=0,046) e triglicerídeos (p=0,018). Na análise intragrupo, houve uma redução significativa na ingestão calórica no grupo intervenção (p=0,036); porém, no grupo controle observou-se um aumento no consumo de proteína (p=0,044). Além disso, a melhora metabólica foi mais evidente no grupo intervenção, com reduções nos níveis de colesterol não-HDL (p=0,035), triglicérides (p=0,008), gamaglutamitransferase (p=0,026) e alanina aminotransferase (p=0,007), além de um aumento nos níveis de colesterol HDL (p=0,003). No grupo controle não foi observada melhora metabólica significante. O grupo intervenção também apresentou melhora na avaliação psicossocial para escores de depressão (p=0,048) e ansiedade (p=0,049), e no grupo controle houve diminuição no escore de depressão (p=0,031). Apenas o grupo intervenção apresentou diminuição na pontuação da ECAP (p=0,031). Conclusão: Em adultos com obesidade em tratamento médico habitual, a associação de um programa intensivo de intervenção no estilo de vida no formato híbrido melhorou significativamente a perda de peso