Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Franco, Flavia Pellegatti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-21032006-190436/
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Resumo: |
Ctenus fasciatus e Enoploctenus cyclothorax (Araneae: Ctenidae) foram estudadas em cavernas da área cárstica do Alto Ribeira, município de Iporanga, sul de São Paulo, abordando a distribuição no meio subterrâneo, ecologia populacional, deslocamentos, alimentação e reprodução e crescimento. A primeira espécie foi estudada na Gruta da Lage Branca, localizada no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), e em quatro cavernas do Parque Estadual Intervales (Grutas da Barra Bonita, do Tatu, do Fóssil Desconhecido e Toca Detrás), enquanto que E. cyclothorax foi estudada apenas nas cavernas mencionadas do PEI. Utilizou-se o método de marcação e recaptura em viagens mensais e os dados obtidos foram analisados pelo método de Jolly-Seber para se estimar o tamanho das populações. Observou-se que as populações são sazonais, com pico no número de exemplares encontrados coincidindo com o período reprodutivo, que ocorre no verão (novembro a março) para C. fasciatus e no inverno (maio a outubro), para E. cyclothorax. A população de C. fasciatus estudada na Lage Branca apresentou uma acentuada queda de um ano para o outro, o que foi atribuído às constantes enxurradas que ocorreram no período de estudo e às atividades turísticas descontroladas. Também houve queda populacional para essa espécie no conjunto das cavernas do PEI, entretanto em menor escala, a qual foi interpretada como flutuação natural das populações. No caso de E. cyclothorax, o estudo populacional no PEI sugere que a população de exemplares adultos se renova anualmente, com indivíduos machos mais errantes e fêmeas sedentárias. Concluiu-se que estas últimas são trogloxenas não obrigatórias, enquanto aranhas C. fasciatus são troglófilas, distribuídas por todo o interior das cavernas e raramente encontradas no meio epígeo. Estas últimas são caracteristicamente errantes, observando-se deslocamentos de até 140 m em períodos máximos de 4 e 5 meses. Exemplares das duas espécies foram transportados ao laboratório, em sala climatizada no Departamento de Zoologia da USP, onde foram mantidos para acompanhamento do comportamento reprodutivo e desenvolvimento pós-embrionário. Aranhas de uma outra espécie da mesma família (Isoctenus sp.), coletada na Lapa do Angélica, situada no Parque de Terra Ronca (PETER), município de São Domingos (GO), reproduziram-se em laboratório e também foram acompanhadas com relação ao desenvolvimento pós-embrionário. O desenvolvimento tanto de C. fasciatus como de Isoctenus sp. é longo (três a quatro anos), e essas aranhas só atingem a vida adulta após 17 ou 18 mudas. Não foi possível acompanhar o desenvolvimento pós-embrionário de E. cyclothorax, pois os exemplares jovens não suportaram as condições de laboratório. Após a cópula, as fêmeas de C. fasciatus sempre se alimentam dos machos para suportar longos períodos sem alimentação até o nascimento e dispersão dos filhotes. E. cyclothorax pode alimentar-se dos machos ou não, já que elas abandonam suas posturas periodicamente para buscar alimento. As ootecas das três espécies são fixas ao substrato rochoso, em superfícies verticais, e nascem aproximadamente 400 a 500 aranhiços de cada ooteca. |