Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Luiz Fernando Moura de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-21112023-172724/
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Resumo: |
Anyphaenidae é uma das mais diversas famílias da infraordem Araneomorphae e compreende as subfamílias Amaurobioidinae e Anyphaeninae. Amaurobioidinae é caracterizada por uma área membranosa, apófise paramediana e condutores primários e secundários no bulbo copulador masculino, e foi amplamente estudada por meio de revisões taxonômicas e inferências filogenéticas, baseadas em caracteres morfológicos e moleculares. Anyphaeninae, por outro lado, é diagnosticada por apresentar quelíceras com mais de quatro dentes na retromargem, espiráculo traqueal entre o meio do ventre ou próximo ao sulco epigástrico na região ventral do abdômen, tégulo inteiro e ovalado no bulbo copulador masculino e abertura de copulação na área antero-mediana do epígino das fêmeas, e foi estudada apenas no contexto taxonômico. Assim, o objetivo geral dessa tese foi apresentar uma hipótese filogenética baseada em caracteres morfológicos para Anyphaeninae, além de fornecer novos dados taxonômicos para a subfamília. Isso foi alcançado por meio de (1) uma análise cladística, que incluiu 98 espécies de Anyphaeninae e que foi baseada em 198 caracteres morfológicos, analisados utilizando critério de parcimônia e pesagem implícita; e (2) por meio da descrição seis novas espécies para o gênero Otoniela, além da descrição de três novas espécies para o gênero Thaloe, duas novas espécies para o gênero Macrophyes, descrição do primeiro macho para o gênero Mesilla e descrição de 25 espécies colombianas e de uma espécie da Mata Atlântica para o gênero Patrera. Os resultados taxonômicos para Otoniela compõem o segundo capítulo, enquanto que os demais são disponibilizados no Anexo I. Anyphaeninae foi recuperado como monofilético e como grupo irmão de Amaurobioidinae. Dentro da subfamília cinco clados foram recuperados, em sua maioria como monofiléticos. Os gêneros Australaena Berland, 1942, Buckupiella Brescovit, 1997 e Timbuka Brescovit, 1997 foram recuperados como monofileticos por apresentarem a forma do conductor cimbial largo. Anyphaena Sundevall, 1833, Anyphaenoides Berland, 1913 e Isigonia Simon, 1897 são recuperados como monofiléticos por apresentarem a ausencia de tufos de cerdas na região antero-dorsal do abdomen e presença apófise tibial prolateral no palpo masculino. Apenas o gênero Anyphaena foi recuperado parafilético, com a espécie Anyphaena californica (Banks, 1921) como grupo irmao do gênero Isigonia. O grupo Aysha foi recuperado como monofilético compondo 12 gêneros: Aljassa Brescovit, 1997, Aysha Keyserling, 1891, Eldar bn. gen.b, Hibana i Brescovit, 1993, Hatitia Brescovit, 1997, Istari bn. gen.b, Osoriella Mello-Leitão, 1922, Pippuhana Brescovit, 1997, Tafana Simon, 1903, Temnida Simon, 1896, Umuara Brescovit, 1997 e Xiruana Brescovit, 1997, caracterizados por apresentarem processo embólico no bulbo coplador masculino. O gênero Aysha foi recuperado parafilético e a espécie Aysha breviamana aparece mais relacionada com os gêneros Xiruana, Temnida e Istar bn. gen.b. O grupo Sillus não foi recuperado como monofilético. O gênero Patrera foi recuperado como um grupo polifilético e o gênero Jessica foi recuparado como parafilético. Dois grupos são propostos, caracterizados pelo tamanho e a inserção do êmbolo no bulbo copulatório masculino. O grupo do êmbolo curto é composto por 11 gêneros: Lupettiana Brescovit, 1997, Sillus F. O. Pickard-Cambridge, 1900, Bromelina Brescovit, 1993, Macrophyes O. Pickard-Cambridge, 1893, Iguarima Brescovit, 1997, Katissa Brescovit, 1997, Patrera Simon, 1903, Wulfilopsis Soares & Camargo, 1955, Italaman Brescovit, 1997, Ilocomba Brescovit, 1997 e Jessica Brescovit, 1997. Neste clado, a espécie Patrera kuryi Martínez et. al, 2021 parece estar relacionada com os gêneros Wulfilopsis, Italaman e Ilocomba por compartilharem o êmbolo curto. Em adição, a espécie Jessica erythrostoma (Mello-Leitão, 1939) foi recuperada como grupo irmão do gênero Ilocomba. O grupo da inserção basal do êmbolo no tégulo no bulbo copulatorio masculino é composto por nove gêneros: Patrera, Otoniela Brescovit, 1997, Shuyushka Dpérré & Tapia, 2016, Jessica, Lepajan Brescovit, 1993, Mesilla Simon, 1903, Thaloe Brescovit, 1993 e Wulfila O. Pockard-Cambridge, 1895. O gênero Patrera é recuperado como parafilético, a espécie Patrera bonaldoi Martínez et. al, 2021 é recuperada mais basal no grupo e a espécie Patera armata (Chickering, 1940) foi recuperada como grupo irmão do gênero Mesilla. Os gêneros Mesilla, Teudis, Thaloe e Wulfila parecem estar mais relacionados por compartilharem a apófise média do bulbo copulatório masculino mais alongada. Por outro lado, são propostos dois novos gêneros: Eldar galadrielae bsp. nov.b como um gênero monotípico, e Istari bn. gen.b, incluindo I. gandalf bsp. nov.b e I. radagast bsp. nov.b e Teudis griseus (Keyserling, 1981) é transferido para o gênero Istari bn. gen.b e Lepajan Brescovit, 1993 é sinônimo de Patrera Simon, 1903. A análise de 127 indivíduos permitiu ampliar os registros de Otoniela adisi Brescovit, 1997 e descrever seis espécies adicionais: O. lupercioi bsp. nov.b (♂♀), do Brasil, Argentina e Paraguai; O. chica bsp. nov.b (♂♀), O. duovizinchense bsp. nov.b (♂♀) e O. tigre sp. nov. (♂♀), do Brasil e Argentina; e O. aparecida bsp. nov.b (♀) e O. negrinho bsp. nov.b (♂♀), conhecido apenas do Brasil. Como resultado, uma nova diagnose corrigida do gênero é apresentada. Adicionalmente, dados morfológicos complementares de Otoniela adisi são documentados. |