Caracterização da sensibilidade de Alternaria alternata, agente causal da mancha marrom em tangerinas, a fungicidas inibidores da quinona externa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Chitolina, Gabriel de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
QoI
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-18052020-143352/
Resumo: A cultura da tangerina tem grande importância no mercado de frutos in natura no Brasil, principalmente no Estado de São Paulo, seu maior produtor. A tangerin \'Ponkan\' e o tangor \'Murcott\' se destacam como as principais variedades produzidas no Estado. A mancha marrom de alternaria, causada pelo fungo Alternaria alternata, é um dos principais fatores que reduzem a produção e a qualidade de tangerinas. Recentemente, diversos produtores do Estado de São Paulo têm reportado redução da eficiência de fungicidas inibidores da quinona externa (QoIs) no controle da doença. Desta forma, este trabalho teve como objetivos avaliar a sensibilidade de isolados de A. alternata aos fungicidas piraclostrobina e azoxistrobina, do grupo dos inibidores da quinona externa, por meio da determinação das concentrações efetivas destes fungicidas para a inibição de 50% (CE50) de germinação de esporos; verificar molecularmente a presença de mutações no gene cyt b de A. alternata relacionados à resistência a QoIs; avaliar a aplicabilidade do teste de microtitulação com base em resazurina na determinação da CE50; determinar a distribuição de isolados sensíveis e resistentes em áreas produtoras de tangerina no Estado de São Paulo por meio de doses discriminatórias e confirmar a ocorrência de resistência pratica de isolados de A. alternata aos fungicidas piraclostrobina e azoxistrobina. Os isolados resistentes (CE50 maior que 1 µg.ml-1), em sua maioria, apresentaram valores de CE50 superiores a 100 µg.ml-1 em diversos municípios avaliados. Todos os isolados classificados como resistentes apresentaram a mutação G143A, responsável pela perda completa da sensibilidade a fungicidas QoIs. Foi observada ampla distribuição de isolados resistentes aos fungicidas piraclostrobina e azoxistrobina pelo Estado de São Paulo. Em diversas áreas avaliadas, a presença concomitante de indivíduos sensíveis e resistentes na população indica que o processo de seleção de indivíduos resistentes ainda ocorre no Estado. O método da microtitulação da resazurina não foi preciso na estimativa quantitativa da CE50, porém mostrou-se útil para a rápida classificação qualitativa de isolados sensíveis e resistentes. Os isolados de A. alternata foram capazes de infectar folhas de tangor \'Murcott\', mesmo após a aplicação de elevadas doses de fungicidas, confirmando a presença da resistência prática. Identificar a presença de isolados resistentes é de grade importância para o eficiente manejo da doença no campo. A confirmação da resistência prática implica na necessidade de adoção de medidas anti-resistência.