Na mira do traço: representações antifeministas nas revistas humorísticas PBT e O Malho (Argentina e Brasil, 1904-1918)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moreira, Thaís Batista Rosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14032024-102654/
Resumo: A pesquisa tem como objetivo analisar comparativamente uma série de publicações de teor antifeminista veiculadas nas revistas ilustradas humorísticas PBT (argentina) e O Malho (brasileira). As fontes históricas são diversas, incorporando textos ilustrados, artigos de opinião e reportagens fotográficas. O humor gráfico, por sua vez, foi particularmente relevante, tendo em vista o número expressivo de caricaturas, charges e histórias em quadrinhos publicadas entre 1904 a 1918. Tanto PBT como O Malho manifestaram uma tendência hegemônica da imprensa da época, retratando as demandas feministas e a luta pelo sufrágio feminino em tom satírico, de modo a ridicularizar e deslegitimar a ação política desses setores. As revistas ilustradas humorísticas, que eram razoavelmente acessíveis e impressas em formato moderno e visualmente atrativo, tiveram um papel de destaque na proliferação desses discursos contrários ao feminismo, uma vez que mantinham um alto número de tiragens e que suas principais fontes de conteúdo eram as atualidades do campo político. Além do direito de voto, a perspectiva de alcançar outras reivindicações, como igualdade de direitos civis e acesso ampliado à educação e profissionalização, gerava desconfiança e oposição nos periódicos. O progresso feminista era recebido como evidência de que as mulheres iriam se masculinizar, abandonar o lar e invadir os postos de trabalho masculinos, e, por outro lado, de que os homens se tornariam cada vez mais afeminados ilustrando uma crise da virilidade. Assim sendo, o trabalho em questão busca contextualizar historicamente o debate sobre a emancipação das mulheres, especialmente na Argentina e no Brasil, tendo como foco principal o posicionamento contrário e detrator presente na imprensa satírica. Tem como finalidade compreender as semelhanças e diferenças das experiências em ambos os países a partir das conjunturas políticas e culturais que embasaram os discursos antifeministas, levando em consideração as especificidades da imprensa da época. Para isso, a pesquisa estabelece como primordial a definição de humor sexista como o viés predominante em PBT e O Malho no que diz respeito às publicações que tinham como temática o feminismo, o voto feminino e as demais questões referentes às relações de gênero