O ventríloquo do olhar: Sergio Bianchi e a voz obscena

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Quiterio, Cesar Takemoto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-06082019-171122/
Resumo: Apresentamos aqui um estudo da obra cinematográfica de Sergio Bianchi, de seu sentido interno e suas contradições, sua trajetória e rupturas. A análise estética e os comentários de cenas específicas que buscamos desenvolver passam pela operacionalidade de certos conceitos da psicanálise lacaniana, em especial os de voz, olhar e real, que se mostraram pertinentes e insubstituíveis no estudo do objeto cinematográfico. A organização geral deste trabalho se deu em três planos diferentes. O primeiro compreende as mudanças pelas quais passaram a obra em relação às expectativas de gênero cinematográfico e de conformação à produção nacional, mas aborda principalmente a continuidade de temas e os diferentes tratamentos dados a eles na estruturação interna dos filmes. O segundo diz respeito à organização obsessiva e transversal da obra de Sergio Bianchi, sua estrutura sintomática de repetições de cenas e antagonismos de um filme a outro. O terceiro plano articula-se ao segundo ao desentranhar e localizar, por meio da análise dos procedimentos cinematográficos, um antagonismo mais fundamental na relação do autor com o espectador do cinema nacional, em particular com seu espectro progressista e democrático. A especificidade desse antagonismo está na perversão tanto autoral quanto constitutiva do cinema, assumindo em Sergio Bianchi os contornos de uma estética sádica que guarda afinidades com a de Alfred Hitchcock. A conclusão da tese é uma análise mais minuciosa de Jogo das decapitações (2013), seu último longa-metragem, postulado por nós como fim de um ciclo que nos permitiu avaliar retrospectivamente a obra como um todo.