Efeitos dos diuréticos furosemida e hidroclorotiazida sobre o distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vasco, Raquel Fernandes Vanderlei
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-29102019-093422/
Resumo: Introdução: Pacientes com doença renal crônica (DRC) apresentam com frequência hipertensão e como a retenção de líquidos é um dos principais mecanismos fisiopatológicos, o uso de diuréticos é comum nesta população. Enquanto os diuréticos tiazídicos estão associados à redução da calciúria, redução/manutenção dos níveis paratormônio e aumento da densidade óssea, os diuréticos de alça apresentam efeito oposto. Estes efeitos, embora conhecidos na população geral, não foram suficientemente avaliados em pacientes com DRC. Objetivo: Este estudo propõe a avaliação da furosemida e hidroclorotiazida no distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC). Métodos: Ensaio clínico randomizado para comparar o efeito de duas intervenções, o uso de diurético tiazídico (grupo HIDRO - hidroclorotiazida 25mg/dia) e o uso de diurético de alça (grupo FURO - furosemida 40mg/dia) sobre o DMO-DRC. Incluídos pacientes com DRC estágio 3, estáveis, em acompanhamento regular ambulatorial. Após um período de wash-out, os pacientes foram randomizados para o grupo HIDRO ou FURO e seguidos prospectivamente a cada 3 meses por 1 ano, pelo mesmo observador, cego para a randomização. Foram avaliadas alterações bioquímicas séricas e urinárias no momento da inclusão e a cada 3 meses; paratormônio e vitamina D foram avaliados na inclusão e a cada 6 meses; marcadores de remodelação óssea (CTX e P1NP), densitometria (absortometria radiológica com dupla energia- DXA) e tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HRpQCT) foram avaliados na inclusão e após 1 ano. Resultados: foram incluídos 40 pacientes [61,8 (54,73) anos, 65% homens e 70% hipertensos], sendo 20 randomizados para cada grupo, os quais apresentaram características semelhantes após a randomização. Houve redução da calciúria e fração de excreção de cálcio no grupo HIDRO e aumento no grupo FURO, além de uma tendência ao efeito da medicação sobre a concentração de cálcio total, maior no grupo HIDRO. Não foi observada diferença nos níveis de paratormônio e 25-hidroxi-vitamina D, mas houve tendência à elevação de 1,25 dihidroxi-vitamina D no grupo FURO e redução no grupo HIDRO. Houve elevação de CTX, P1NP e fosfatase alcalina no grupo FURO e redução no grupo HIDRO. Não foi encontrada diferença significativa na mudança percentual da densidade óssea aferida pela DXA, apenas uma tendência a maior perda no 1/3 proximal do rádio distal, mais acentuada no grupo FURO. Na HRpQCT, no grupo FURO houve aumento da área cortical e espessura cortical, além de tendência ao aumento da densidade total e da densidade cortical, mas com redução da área trabecular no rádio, enquanto no grupo HIDRO o efeito oposto foi observado. Resultados da HRpQCT devem ser interpretados com cautela devido a dados incompletos. Conclusão: Furosemida e hidroclorotiazida tiveram efeitos opostos sobre o DMODRC em médio prazo. Embora o paratormônio não tenha se alterado significativamente, a furosemida se relacionou com um aumento e a hidroclorotiazida com redução da remodelação óssea, evidenciada pela CTX e P1NP