Análise de custo-efetividade do Programa Alimentar Brasileiro Cardioprotetor (BALANCE): um estudo clínico randomizado, multicêntrico em indivíduos com doença cardiovascular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Torreglosa, Camila Ragne
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-22042021-091258/
Resumo: O padrão alimentar associado à redução da mortalidade e de fatores de risco para doença cardiovascular inclui ingestão adequada de cereais integrais, frutas, leguminosas, legumes, nozes, sementes, peixe e consumo reduzido de carne vermelha e carne processada. Embora essa recomendação seja a melhor evidência do efeito benéfico entre dieta e doença coronariana, profissionais da saúde devem considerar que a disponibilidade e acessibilidade dos alimentos. O programa alimentar brasileiro cardioprotetor (BALANCE) é um estudo clínico randomizado que propõe a adoção de uma dieta com potencial cardioprotetor e acessível à população brasileira. Outras propostas de dietas cardioprotetoras foram feitas ao redor do mundo e mostraram ser eficazes na prevenção das doenças cardiovasculares e redução da mortalidade. No entanto, quando implementadas fora dos países de origem tornam-se impraticáveis pela baixa acessibilidade e adaptação cultural. Esta tese será apresentada sob a forma de três artigos científico. No primeiro foi realizada uma análise transversal do início do estudo BALANCE sobre o custo direto com despesas diárias alimentares e a qualidade da dieta. Não foi observada associação entre o custo direto e o índice de qualidade da dieta revisado (IQD-R), assim como não foi observada diferença entre a adesão aos escores do IQD-R. O segundo artigo realizou uma análise de custo-efetividade da alimentação adotada pelos participantes com maior adesão ao protocolo ao longo de 36 meses. Foram considerados apenas despesas diárias para a compra dos alimentos e a efetividade foi medida pelo IQD-R. Na linha de base, os custos médios foram iguais (U$ 3,9/dia) e o IQD-R foi de 53,5 e 51,8 pontos no nos grupos BALANCE e controle, respectivamente. Após um período de três anos, a intervenção foi associada a uma economia de custo média de US $ 0,31/dia (IC 95%: -0,59; -0,44) e um aumento médio do IQD-R de 4,38 (IC 95%: 2,81; 5,95). O terceiro artigo analisou o custo-efetividade do estudo BALANCE em todos os participantes, utilizando a perspectiva da sociedade e um horizonte temporal de 36 meses. Foram considerados custos diretos médicos (hospitalizações, procedimentos e exames) e custos diretos não médicos (gastos do paciente). Após 36 meses, a diferença no custo total entre as intervenções foi de -R$ 151,9 (IC 95%: -R$ 493,3; R$ 190,50). A dieta adotada pelo grupo BALANCE foi associada a uma economia média de R$ 415,53 (IC95% -687,79; -139,78). A diferença em LYs foi de 0,011 anos (IC 95%: -0,025; 0,046) de LYGs. A relação custo-efetividade incremental foi - R$ 14.098,63 por LYG (IC 95%: -156.178; 154.864). A análise de custo-efetividade do estudo BALANCE mostrou neutralidade em relação ao grupo controle. No entanto, o custo com a dieta adotada no grupo BALANCE foi menor ao longo do tempo e a melhor qualidade da dieta não se associou a maior despesa com alimentos. Esses achados podem estimular a adesão e recomendações da estratégia de educação nutricional BALANCE em um cenário de saúde pública.