Associação entre infecção experimental por Mycoplasma pneumoniae e/ou Chlamydophila (Chlamydia) pneumoniae e a intensidade das lesões ateroscleróticas da aorta, em camundongos C57BL/6 apoE KO, com ênfase na diferença entre os sexos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Damy, Sueli Blanes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-16042007-121022/
Resumo: Os mecanismos pelos quais os agentes infecciosos, independentes ou não de meio ambiente permissivo, podem promover a aterogênese e as manifestações clínicas não estão completamente esclarecidos. Apesar das numerosas publicações demonstrando a presença de antígenos ou DNA de agentes infecciosos nas placas de ateroma, a questão se o agente infeccioso pode iniciar o processo aterosclerótico ou agravá-lo permanece sem resposta, possibilitando o aprofundamento das pesquisas neste assunto. Desta forma, este trabalho tem como objetivo estudar se a infecção experimental, por C.pneumoniae e/ou M.pneumoniae, em camundongos C57BL/6 apoE KO induziria ou afetaria a intensidade e a característica de vulnerabilidade da placa ateromatosa, de acordo com o sexo e/ou a dieta rica em colesterol. Métodos: um grupo de camundongos recebeu dieta enriquecida com 1% de colesterol (hiperlipidêmica), e o outro ração com formulação adequada para espécie (normolipidêmica), desde os dois meses de idade. Aos 8 meses de idade foram subdivididos, inoculados com 106 UFI de C.pneumoniae e/ou 106 UFC de M.pneumoniae, por via intraperitoneal, reinoculados um mês após e sacrificados aos 10 meses de idade. Para análise histopatológica secções transversais das aortas torácicas foram processadas para emblocamento em parafina, cortadas com 5 µm de espessura e coradas pelas técnicas de hematoxilina-eosina e tricrômico de Masson. As medianas das variáveis: altura da placa, área da placa, área de gordura da placa, área da artéria, área da luz e porcentagem de obstrução da luz da artéria dos diferentes grupos foram submetidas ao teste de Mann Whitney, com o nível de rejeição de 5%. Resultados: a infecção por C.pneumoniae e/ou M.pneumoniae causou agravamento da aterosclerose tanto em camundongos C57BL/6 apoE KO machos quanto em fêmeas. No entanto, as fêmeas infectadas somente com M.pneumoniae evoluíram com placas mais instáveis, representadas por maior remodelamento positivo. A co-infecção por C.pneumoniae e M.pneumoniae induziu placas mais estáveis, ou seja, com menor conteúdo de gordura e sem remodelamento, tanto nos machos quanto nas fêmeas. A introdução de dieta rica em colesterol levou ao não desenvolvimento de remodelamento positivo do vaso nas fêmeas infectadas por M.pneumoniae, mas sim nas co-infectadas por C.pneumoniae e M.pneumoniae que apresentaram placas mais instáveis, por serem mais volumosas e com maior conteúdo de gordura. Nos machos houve desenvolvimento de placas mais gordurosas nos infectados por C.pneumoniae. Conclusão: A infecção por C.pneumoniae e/ou M.pneumoniae em camundongos C57BL/6 apoE KO levou ao desenvolvimento ou agravamento de placas de aterosclerose, com diferenças em relação a intensidade e padrões de vulnerabilidade de acordo com o sexo versus o tipo de agente infecciosos. Os subgrupos infectados de fêmeas apresentaram maior agravamento da aterosclerose do que os machos. A dieta rica em colesterol agravou a intensidade da aterosclerose e mudou os padrões de vulnerabilidade dos subgrupos infectados.