Efeitos da isca granulada “EAV-041-A” no controle às formigas cortadeiras Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908 e Acromyrmex spp. (Hymenoptera-Formicidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1973
Autor(a) principal: Silva, Antonio Lopes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20240301-153502/
Resumo: Considerando que até o momento não surgiu nenhuma isca clorada, contendo em sua composição um fungicida, o autor realizou o presente trabalho experimental, idealizando uma isca granulada, cujo material atrativo foi baseado em folha de eucalipto citriodora, finamente triturada e farelinho de trigo, tendo como princípio ativo, Aldrin técnico (93% de pureza), na concentração de 0,4% e Neantina, pó seco, na concentração de 1,0%. Esta isca, após prensada, apresentou aspecto de bastonete, com odor agradável, de consistência macia e foi denominada “EAV-041-A”. Procurando estabelecer comparações de atratividade da citada isca, com outras, existentes no mercado, foram realizados seis testes, usando como referência a formiga Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908, sendo três em Piracicaba-SP (de abril a maio de 1972), onde a mesma isca foi comparada com “Mirex I”, “Mirex II” e “Agroceres”, e outros três em Goiânia-Go. (dezembro de 1972), onde a citada isca foi comparada com “Mirex comercial”, “Isca-Shell” e “Nitrosin-extra”. Com base nos resultados obtidos, foi observado que a época não interferiu nos mesmos e a classificação de atratividade foi a seguinte: “Mirex” e “EAV-041-A” em primeiro lugar, “Agroceres” em segundo e “Isca-Shell” e “Nitrosin-extra” em seguida. Constatou-se pois, que a isca “EAV-041-A” possui atratividade igual à da melhor isca (Mirex) existente no mercado. Utilizando como referência a formiga Acromyrmex spp., foram realizados, em condições de laboratório e de campo, testes de distribuição, no interior das colônias, da isca “EAV-041-A”, em comparaçao com “Mirex” e “Agroceres”. A fim de facilitar as observações, a aludida isca foi corada, usando-se como corante o pó de beterraba; isso possibilitou a constatação de que a mesma foi muito bem fragmentada e depositada sobre a esponja do fungo cultivado pelas citadas formigas, tanto em condições de laboratório, como no campo. Também foi possível constatar a sua integral aceitação e verificar que não houve tentativa de devolução, constatando-se ainda, que a sua ação, em relação ao tempo, fora média, em condições de laboratório, extinguindo as colônias em 4 dias e lenta, em condições de campo, onde essa extinção ocorreu no 8º dia. Por outro lado, “Mirex” apresentou ação muito lenta, extinguindo a colônia ao 22º dia e “Agroceres” foi de ação rápida, matando o formigueiro em 3 dias. Constatou-se todavia, que todas as iscas utilizadas promoveram 100% de controle à citada espécie, em condições de laboratório e campo. Considerando-se ainda, que Acromyrmex sp. é mais sensível do que Atta spp. e que a isca “EAV-041-A”, antes de promover a total intoxicação da colônia, permitirá a sua fragmentação e distribuição, nos diversos ninhos da citada espécie, infere-se que, com a segunda espécie ocorra de maneira idêntica. Fato comum, também constatado, foi o desenvolvimento de fungos saprófitas, de aspecto cotonoso, em todas as colônias, após a sua desorganização ou extinção, independente da isca utilizada. Com relação a eficiência da isca “EAV-041-A”, para se constatar essa propriedade, como referência, foram utilizadas, colônias de Atta sexdens rubropilosa, tendo sido realizados dois experimentos. O primeiro ocorreu no município de Rio Claro, Estado de São Paulo (maio de 1972) onde se comparou a aludida isca com duas outras experimentais (Mirex I e Mirex II), e o segundo, no município de Goiânia, Estado de Goiás (dezembro de 1972), onde a mesma foi comparada com as iscas comerciais “Mirex”, “Isca-Shell” e “Agroceres”. Após a distribuição das diversas iscas, em ambos os experimentos, os sauveiros foram inspecionados de 30 em 30 dias, durante seis meses, para verificação do comportamento dos mesmos, face aos diversos tratamentos. No segundo experimento, após a última inspeção, todos os sauveiros que se apresentaram inativos foram perfurados com uma sonda “JP”, no espaçamento de 0,5 em 0,5 m, a fim de comprovar a sua extinção. No confronto dos resultados obtidos, no primeiro experimento, constatou-se que “Mirex I” foi superior, auferindo 88,89% de contrôle, enquanto que “EAV-041-A” e “Mirex II” foram iguais, alcançando ambas 77,78% de eficiência. No segundo experimento constatou-se que “Mirex” controlou 93,33% dos sauveiros, “EAV-041-A” controlou 80,00% e “Isca-Shell” e “Agroceres” foram iguais, controlando ambas 73,33% dos sauveiros tratados. A análise estatística no caso não revelou significância entre os tratamentos, indicando que em eficiência, a isca “EAV-041-A” se igualou às melhores existentes no mercado. Com relação ao custo comparativo entre os tratamentos, para os devidos cálculos, baseou-se no preço das iscas no mercado, da mão de obra na região e na eficiência percentual das diversas iscas utilizadas. Pelos valores calculados, como resultado, obteve-se o custo por m2 de sauveiro extinto, na seguinte ordem crescente: ₢$ 0,09 com a isca “EAV-041-A”, ₢$ 0,14 com “Isca-Shell”, ₢$ 0,18 com “Agroceres” e ₢$ 0,22 com “Mirex”. Constatou-se também, que o custo médio por sauveiro, no presente trabalho, em função da eficiência percentual das diversas iscas usadas, obedeceu à mesma ordem de classificação, isto é, cada sauveiro extinto com “EAV-041-A” custou ₢$ 2,27; com a “Isca-Shell” ₢$ 3,41; com “Agroceres” ₢$ 4,29 e com “Mirex” ₢$ 5,44, evidenciando a eficiência e economia em favor da isca “EAV-041-A”.