A associação territorial entre escolas e comércios de alimentos ultraprocessados em cinco capitais brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Barata, Mayra Figueiredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-15062022-094057/
Resumo: INTRODUÇÃO: Evidências sugerem associações entre ambiente alimentar comunitário com alimentação, estado nutricional e desfechos em saúde. No entanto, a influência de ambientes alimentares em indivíduos pode apresentar variações ou similaridades de acordo com diferentes contextos. Nesse sentido, estudos que investiguem essas influências em diferentes cenários são primordiais para a compreensão do limite das relações investigadas. Especificamente para crianças e adolescentes, o ambiente escolar desempenha um importante papel, uma vez que a qualidade dos alimentos disponíveis dentro e nas proximidades das escolas pode influenciar desfechos de saúde e a alimentação dessa população. Neste estudo, analisamos o ambiente alimentar comunitário e sua associação territorial com escolas em cinco capitais brasileiras: Belém, Brasília, Florianópolis, Salvador e São Paulo. MÉTODOS: Trata-se de um estudo censitário com a utilização de dados secundários de cinco capitais brasileiras. Pontos correspondentes às escolas e a dez tipos de estabelecimentos que comercializam alimentos ultraprocessados foram georreferenciados, utilizando seus códigos de endereçamento postal (CEPs), no mapa de Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) das cidades selecionadas para o estudo. Foram conduzidas análises descritivas dos estabelecimentos que comercializam alimentos ultraprocessados e das escolas que ofertam ensino fundamental e/ou médio. Posteriormente, foram geradas medidas de densidade por 10.000 habitantes de escolas e de estabelecimentos para cada UDH. Mapas de símbolos proporcionais da densidade de estabelecimentos total e mapas temáticos, graduados de acordo com densidade de escolas em cada cidade foram confeccionados. Associações entre densidade de escolas e densidade de estabelecimentos total e de cada tipo de estabelecimento foram avaliadas por meio de modelos de regressão binomial negativo para cada cidade e regressão binomial negativo multinível para o conjunto de cidades. RESULTADOS: Foi identificado que restaurantes, lanchonetes e minimercados são os estabelecimentos que comercializam alimentos ultraprocessados mais prevalentes nas capitais estudadas, com algumas variações entre cidades. Além disso, foram encontradas associações positivas entre a densidade de estabelecimentos AUP, de lanchonetes e padarias, de mini-mercados e de restaurantes com a densidade de escolas nos bairros das cinco capitais e no total do universo estudado. CONCLUSÕES: Nossos resultados sugerem que crianças e adolescentes de escolas de ensino fundamental e/ou médio podem estar sujeitos a um ambiente alimentar não saudável nas proximidades das instituições. Os resultados auxiliam na compreensão da distribuição de ambientes alimentares obesogênicos em cinco capitais brasileiras e fornecem evidências para a elaboração e desenvolvimento de políticas públicas que visem a transformação de ambientes alimentares não saudáveis na proximidade de escolas em espaços promotores de alimentação saudável e garantidores de Segurança Alimentar e Nutricional e do Direito Humano a Alimentação Adequada e Saudável.