Espelho convexo: o corpo desviante no imaginário coletivo pela voz da literatura infanto-juvenil

• Ano de defesa: 1992
• Autor(a) principal: Amaral, Ligia Assumpcao
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: body image; deficiente físico; imagem corporal; infantojuvenil
• Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-18122013-094209/

Partindo de uma hipótese inicial de que há na Literatura Infantojuvenil elementos (explícitos ou implícitos) que configuram representações do corpo desviante geradoras ou propiciadoras de cristalizações de estereótipos, denunciadoras de atitudes e preconceitos frente à diferença corporal e perpetuadoras de leituras maniqueístas e estigma, o presente trabalho buscou a analise da concretização desses elementos, através do estudo de características das 47 histórias eleitas, destinadas ao público infantil e juvenil, escritas por autores brasileiros e editadas entre 1971 e 1991, sendo que a ênfase da análise recaiu sob e atributos e ações das personagens corporalmente diferentes. Antes de chegar aos resultados, foi percorrido um caminho que, partindo das visões de corpo, transitou pela problemática do desvio, da diferença, da deficiência; pelo emaranhado conceitual de atitudes, preconceitos, estereótipos e estigma; pelo universo das significações, das anomalias, das monstruosidades, do grotesco; pelo território da Literatura e da Psicologia; pelas especificidades do gênero literário em pauta; pelos meandros metodológicos. As unidades de análise para pesquisa do corpus foram: o narrador, a trama, a narrativa e o tipo de discurso; a situação inicial da história; o universo constitucional das personagens; os tipos de deficiência e alteração corporal; as personagens no contexto dramático: características, ações e funções; a nomeação; os campos de atribuição dos fenômenos na etiologia e no desfecho. Foram também definidos três focos adicionais de interesse, voltados para as questões do \"olhar\" do outro, das \"perdas\" e dos \"desejos\". Conclui-se pela confirmação da hipótese inicial e distribui-se as reflexões finais em três grandes vertentes: etiologia da diferença (ênfase na culpabilização), status da personagem (vitima, herói, vilão) e desfecho (cura, exotismo, isolamento, morte). Vertentes essas pensadas como girando em torno de três eixos principais: histórias \"altamente\" preconceituosas, histórias \"denunciado as\" de preconceitos e histórias \"livres\" de preconceitos.