Estudo da expressão de oncogenes em co-cultura de células BEAS-2B e macrófago tipo 1 ou tipo 2 expostas à antracose e ao material particulado da poluição atmosférica (PM2,5)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Frias, Daniela Perroni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-23042024-123312/
Resumo: Antracose é um termo usado para descrever a pigmentação preta dos pulmões e árvore traqueobrônquica causada pelo depósito de partículas de carbono inaladas. Evidências recentes indicam que o particulado da poluição atmosférica tem um papel importante no estabelecimento da antracose e possivelmente no desenvolvimento de câncer no sistema respiratório, devido às substâncias carcinogênicas provenientes da poluição que permanecem depositadas no pulmão. O objetivo deste trabalho foi verificar a reatividade do particulado da antracose (MPA), avaliando a expressão de oncogenes em células de brônquios humanos normais (BEAS-2B) ou adenocarcinoma de pulmão (A549) em co-cultura com macrófagos M1 ou M2 expostas ao MPA. O material particulado ambiental (DEP) foi coletado da exaustão de um motor a diesel e o MPA foi coletado de pacientes que vieram a óbito e foram submetidos a autópsia do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital da USP (SVO). Ambos foram quimicamente caracterizados para Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa. Após a exposição a diferentes concentrações de cada particulado, foram realizados testes de viabilidade MTT e LDH em monoculturas de BEAS-2B e A549. Após 24 horas de exposição a MPA ou DEP a 50 g/mL em co-culturas e monoculturas, foram avaliadas por RT-PCR as expressões dos genes envolvidos nas vias de resposta a xenobióticos CYP1A1 e CYP1B1 e marcadores de câncer: TP53, AGR2 (mecanismo de reparo do DNA e ciclo celular) PTEN, PIK3CA e EGFR (crescimento celular). Foi realizada imunofenotipagem por citometria de fluxo dos macrófagos expostos ao MPA e dosadas citocinas IL-1, TNF-, IL-6, IL-8, IL-10 e INF- no sobrenadante das mono e co-culturas. Os resultados mostraram que para MPA, os HPAs mais frequentes apresentavam-se com 2 anéis e 4 ou 5 anéis para DEP, e maior quantidade de HPA em g/g em DEP em comparação com MPA. MTT e LDH apontaram baixa citocoxicidade de MPA e DEP após 24 horas de exposição. A imunofenotipagem mostrou heterogeneidade entre os macrófagos, exibindo marcadores M1 e M2 tanto em mono, quanto em co-culturas, enquanto as citocinas IL-1, TNF-, IL-6, IL-8 aumentaram após a exposição a MPA, mas não em DEP. Os oncogenes permaneceram inalterados nas mono e co-culturas, enquanto os genes CYP1A1 e CYP1B1 aumentaram a expressão após exposição ao DEP, mas não ao MPA. Os achados deste trabalho indicam que o MPA não é um particulado inerte, mas provocou uma resposta diferente nas células pulmonares e nas co-culturas em comparação ao DEP, provavelmente relacionado às diferenças em suas composições