A evolução diferenciada da indústria de máquinas agrícolas: um estudo sobre os casos norte-americano e brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Baricelo, Luís Gustavo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-03022015-163626/
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo realizar um estudo da evolução da indústria de máquinas agrícolas em dois mercados diferentes: o mercado norte-americano e o brasileiro. Deseja-se analisar como esta indústria se desenvolveu levando em consideração fatores da estrutura industrial, como também questões relacionadas à política econômica e agrícola. Utilizou-se uma metodologia analítica descritiva, iniciando o trabalho com uma revisão teórica dos fatores industriais e de política agrícola que podem influenciar a indústria e o mercado de máquinas agrícolas. Após tal revisão teórica iniciam-se os estudos das indústrias nos países citados. Primeiramente analisou-se o caso dos Estados Unidos, desde a formação do setor até o atual estágio de desenvolvimento daquele mercado. Os capítulos subsequentes fazem a mesma análise, mas com vistas ao caso brasileiro, dando ênfase na importância que o Estado teve na formação da indústria de máquinas agrícolas e o papel por ele desempenhado para estimular as vendas de tratores e demais máquinas através do crédito agrícola para investimento. Analisou-se a evolução da indústria brasileira desde seu nascimento, seu auge ocorrido durante o período 1960-1980, a crise que enfrentou entre 1980 e 1990, bem como sua posterior recuperação com o início dos anos 2000. As principais conclusões que este trabalho chegou foram que, a evolução desta indústria nos países estudados se deu de forma diferenciada. Enquanto no caso norte-americano o setor se desenvolveu de forma mais autônoma, isto é, sem tanta interferência estatal, no caso brasileiro somente pode-se pensar o desenvolvimento desta indústria levando em consideração a intervenção estatal, tanto por meio de incentivos para a criação da indústria quanto por meio do crédito subsidiado que fomentou as vendas. No caso norte-americano a indústria se desenvolveu através da capacidade inovadora de seus empresários, sem a intervenção direta do governo. Quando esta ocorreu deu-se em termos de políticas agrícolas que, ao sustentar o preço dos produtos agrícolas via política de preços mínimos, induziu os produtores rurais a se tornarem mais produtivos, adotando as novas máquinas existentes. Outra conclusão foi que durante as décadas de 1980-1990 tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos o Estado se manteve ausente, tanto em termos setoriais quanto em termos de política agrícola, mesmo período no qual ambos os mercados de máquinas enfrentaram graves crises Tal indústria somente voltaria a se recuperar em 1990, no caso americano, e nos anos 2000 no caso brasileiro. Nos Estados Unidos a recuperação foi acompanhada por uma nova onda de inovações, principalmente com o surgimento da eletrônica embarcada e com a agricultura de precisão. Tal tecnologia chegaria no Brasil por volta dos anos 2000, dando novo ânimo ao setor, juntamente com o novo programa de financiamento lançado pelo governo brasileiro para modernização da frota agrícola, o MODERFROTA, que impulsionou as vendas de máquinas. Em termos mundiais os Estados Unidos consolidaram-se como difusores de progresso técnico e exportadores de máquinas, enquanto o Brasil, ainda que seja um importante produtor entre os países em desenvolvimento, não chega a ultrapassar a marca de 1,1% em relação as exportações mundiais.