O discurso narrativo como recurso para os sujeitos-estudantes dos anos iniciais expressarem sua subjetividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bartholomeu, Josiane Aparecida de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-19072018-144141/
Resumo: Apresentamos resultados de pesquisa em que investigamos se os sujeitos-estudantes dos anos iniciais, mais especificamente do 5º ano do ensino fundamental, utilizam o discurso narrativo escrito para falarem de si, de seus sentimentos, de emoções, frustrações e desejos, utilizando-o para tecer a subjetividade. O discurso narrativo escrito é comum nas práticas pedagógicas escolares que, na maioria das vezes, é empregado para cumprir um currículo ou proposta que não contemplam quem escreve e o que se escreve, mas como escreve, no sentido do assujeitamento às estreitas malhas das normas ortográficas e gramaticais. Para compreendermos, então, o funcionamento do discurso narrativo escrito dos/nos sujeitos estudantes, tomamos o discurso enquanto efeito de sentidos, considerando as condições de produção no momento em que reverberaram. O arcabouço teórico que sustenta nossos estudos está centrado na Análise de Discurso pêcheuxtiana, na Psicanálise freudo-lacaniana e nas Ciências da Educação. Apresentamos nos capítulos iniciais alguns conceitos fundamentais às três áreas do conhecimento, no intuito de compreendermos o movimento do sujeito em relação à escrita, e de modo específico, a escrita de si. Para a realização da pesquisa, elaboramos uma atividade didático-pedagógica tendo como finalidade a coleta de narrativas escritas por 43 sujeitos-estudantes do 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública situada em uma pequena cidade do interior paulista. Após a atividade supracitada, as narrativas foram lidas e transcritas, culminando na seleção de três narrativas que constituem nosso corpus de análise. As análises das narrativas escritas reverberaram marcas e indícios de a) que em condições favoráveis de produção em que as atividades propostas sejam coerentes, criativas e desafiadoras, os estudantes são levados a se deslocarem e a se posicionarem como intérpretes-historicizados, ou seja, atribuem e produzem sentidos a partir da memória discursiva e, a partir desse deslocamento, reverberam marcas de autoria nas produções; b) atividades linguísticas, fundamentadas teoricamente e baseadas em portadores de textos diferenciados proporcionam aos sujeitos-estudantes a aprendizagem de diferentes gêneros discursivos, instigando-os a perguntas, relatos de experiências, exposição de suas dúvidas a respeito dos mais diversos assuntos e temas tratados em sala de aula e outras formulações, o que lhes permite ocupar o lugar de sujeitos que se relacionam prazerosamente com o processo polissêmico de linguagem, contribuindo para que entendam a língua em seu funcionamento; c) o discurso narrativo é uma alternativa para que os sujeitos-estudantes falem de si, de fantasias, angústias, medo e desejos, expressando assim a subjetividade, condições basilares para que tenham vez e se façam ouvir em sala de aula, no contexto escolar e na sociedade.