Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Melo, Lucas Pereira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-11042014-140146/
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Resumo: |
Os grupos de educação em saúde têm sido considerados espaços nos quais se produz intervenções educativas, cujo objetivo último é a aderência ao tratamento. Isto se faz por meio da valorização do saber médico e da assunção da ignorância do sujeito que adoece. No Brasil, há poucos estudos antropológicos de grupos de diabéticos que se realizem dentro de serviços oficiais de saúde. Esse tipo de abordagem tem-se mostrado pertinente, uma vez que a experiência com a doença crônica está intimamente entrelaçada com os tipos de serviços e de profissionais de saúde que eles encontram no sistema oficial de saúde. Este estudo partiu do pressuposto de que em tais grupos é possível analisar as formas de operação do modelo terapêutico para diabetes tipo 2. Buscou-se apreender os grupos como instâncias produtoras de sentidos e de significados relativos ao processo de adoecimento. Portanto, teve-se como objetivo compreender os aspectos discursivos, estruturais e simbólicos que compõem os modos de operação do modelo terapêutico para gerenciamento do diabetes tipo 2 em grupos de educação em saúde na atenção básica. O trabalho de campo foi conduzido entre os meses de agosto/2011 e setembro/2012 num centro de saúde em Campinas-SP. Participaram do estudo 58 indivíduos, entre usuários, profissionais e gestores. Desse total, 33 foram entrevistados individualmente ou nos grupos de discussão. Nesse contexto, o gerenciamento do diabetes tipo 2 dá-se por meio de tecnologias e ética do autocuidado que exigem dos indivíduos autocontrole, automonitoramento e disciplina. Destaca-se o seguinte: os itinerários dos pacientes até o ingresso nos grupos; os ditos e cochichos nas reuniões; as negociações no acompanhamento clínico; os significados atribuídos aos grupos que, em alguma medida, se contrapõem e se retroalimentam; os usos sociais dos grupos; os sistemas de privilégios e gradações existentes entre os participantes; os compartilhamentos e trocas de experiências e saberes socializados na lida diária com a enfermidade crônica; as críticas e sugestões que os informantes fazem ao modo de funcionamento dos grupos, apesar de tímidas ou intimidadas; o papel do vínculo e das relações como elementos que conferem eficácia simbólica ao ato médico e à educação em saúde. Diante disso, observa-se a existência de uma crise no modelo de educação em saúde vigente. Além disso, chama-se a atenção para a lógica cultural que opera nesses grupos, o que evidencia as diferenças e complementaridades entre as dimensões técnica e relacional do cuidado, como reflexos dos referentes culturais e valores sociais da sociedade brasileira mais ampla. |