Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Figueiredo, Alexandre Ganan de Brites |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-09102012-103703/
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Resumo: |
O objeto desta dissertação é o discurso político do presidente venezuelano Hugo Chávez, no que tange à constante referência à vida e obra de Simón Bolívar. Chávez, um dos fundadores, nos anos de 1980, do Movimento Revolucionário Bolivariano-200, é eleito presidente da República em 1998 apresentando Bolívar como a fonte de seu projeto político. Um ano depois, é aprovada, via referendo, uma nova Constituição para o país, elaborada por uma Assembleia Nacional Constituinte prometida por Chávez durante a campanha. A nova Constituição muda o nome do país para República Bolivariana da Venezuela e declara, em seu artigo primeiro, que a Venezuela fundamenta seus valores e objetivos na obra de Simón Bolívar. Esta dissertação se debruça sobre os discursos de Hugo Chávez pronunciados no ano de 1999, primeiro ano seu na presidência e também ano da elaboração e promulgação da Constituição, para investigar as relações entre um projeto político de fins do século XX e o projeto intentado por Bolívar na Revolução de Independência. O que faz Bolívar, herói do século XIX, ser aceito como o fundamento de um projeto elaborado 200 anos após a Emancipação? Qual a relação que a sociedade venezuelana constrói com o passado? Como e por que esse bolivarianismo de fins do século XX se projeta para outros países da América Latina? Para responder a essas perguntas recorremos primeiro ao pensamento do próprio Bolívar, analisado a partir do contexto em que foi formulado: as guerras pela emancipação e a busca pela consolidação de novas estruturas políticas na América independente. Para Bolívar, a resposta que enfeixa todas as demais questões que então se colocaram foi unir as repúblicas independentes, projeto intentado com o Congresso do Panamá, em 1826. Sem consequências práticas na época, essa ideia de unidade continental tornou-se presente no pensamento político latino-americano. Como nossa pesquisa pretende demonstrar, Hugo Chávez é mais um dentre os muitos que recorreram a Bolívar para explicar os problemas do presente e embasar um projeto político. Portanto, concluímos que existe um Bolívar e um pensamento bolivariano descrito por Chávez, assim como existem outros Bolívares que podem levar a visões diferentes e mesmo opostas. Apresentamos a visão da oposição a Chávez, bem como a de seus apoiadores, demonstrando a complexidade do problema. Por fim, a dissertação indaga como e por que a revolução do passado pode ser feita presente na política e no imaginário popular. O conceito de culto a Bolívar, formulado por Germán Carrera Damas, e a obra de Leopoldo Zea orientaram as formulações de hipóteses para as questões propostas. |