Análise comparativa do perfil de metabólitos secundários de quatro genótipos de Feijoa sellowiana (sin. Acca sellowiana) e avaliação da atividade antioxidante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Amaya, Ruth Katherine Torres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-09092024-190319/
Resumo: A Feijoa sellowiana é uma espécie pertencente às Myrtaceae. Embora seja nativa do sul do Brasil, apresenta desafios em sua domesticação devido a doenças, fatores genéticos e ambientais. No entanto, países como a Colômbia e a Nova Zelândia conseguiram estabelecer cultivos eficientes, sendo o fruto a parte mais utilizada, com ampla aplicação na indústria alimentícia. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - EPAGRI desenvolveu os genótipos Alcântara, Helena, Mattos e Nonante, adaptados a diferentes ambientes, com resistência a pragas e doenças, rendimentos consistentemente altos e frutos de tamanho uniforme e bom sabor. O presente estudo teve como objetivo avaliar e comparar o perfil químico dos extratos de folhas desses genótipos, juntamente com espécimens selvagens, para determinar se o processo de melhoramento afetou seus perfis químicos. Foram avaliados os lipídios de superfície, os compostos de óleo volátil e os fenólicos, bem como a atividade antioxidante em extratos brutos e fases de partição. Os resultados revelaram uma ampla diversidade de metabólitos secundários, juntamente com uma atividade antioxidante significativa. A extração de ceras cuticulares foi realizada por imersão repetida em diclorometano, seguida de análise por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-EM). Os ácidos graxos e os álcoois primários foram as classes químicas principais nas ceras em todos os grupos, embora o ácido ursólico e o 1-hexacosanol tenham sido os compostos predominantes. Foi observada maior variação nos perfis químicos da cera nos genótipos Mattos e Alcântara. Com relação aos componentes dos óleos voláteis obtidos por destilação e analisados por CG-EM, os sesquiterpenos e monoterpenos foram as classes mais proeminentes, sendo o biciclogermacreno, o germacreno D e o cariofileno os compostos mais abundantes. O genótipo Mattos foi notado por seu alto teor de monoterpenos em comparação com os outros grupos. Já os compostos fenólicos foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência com detector por arranjo de diodo (CLAE- DAD, revelando um teor de compostos fenólicos totais nas folhas que variou de 10,33 ± 4,09 a 13,70 ± 5,35 mg de equivalente de ácido gálico por grama de extrato, sem diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. As fases de partição de acetato de etila e de butanol apresentaram considerável atividade antioxidante, principalmente devido à presença de rutina e quercetina. Em conclusão, o estudo fornece uma visão inicial da composição química das folhas dos genótipos brasileiros de Feijoa sellowiana, destacando sua diversidade e potencial para diversas aplicações. O processo de melhoramento realizado em Mattos e Alcântara parece ter influenciado o metabolismo secundário desses dois genótipos, uma vez que a composição das ceras e dos óleos voláteis os diferenciam dos demais. Essas descobertas podem aumentar o interesse econômico e a pesquisa acadêmica sobre a espécie, além de serem úteis na seleção de variedades.