Potencial tecnológico da goiaba serrana [Acca sellowiana (O. Berg) Burret]

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sartori, Giliani Veloso
Orientador(a): Manfroi, Vitor
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/214300
Resumo: A Acca sellowiana (O. Berg) Burret, comumente denominada goiaba serrana ou feijoa, é uma fruta nativa brasileira, rica em nutrientes, de propriedades aromáticas intensas, cultivada em regiões de altitude e clima frio no Brasil. Por ser uma fruta ainda não completamente domesticada e de elevada perecibilidade, sua produção no Brasil ainda é baixa. Uma alternativa para incentivo da produção desta fruta é avaliar o seu potencial para elaboração de produtos derivados, o que utilizaria boa parte da produção que é descartada. Dessa forma, o objetivo desta tese foi avaliar a goiaba serrana como matéria prima principal na elaboração de bebidas alcoólicas fermentadas (fermentado e espumante natural), bem como estudar a utilização do subproduto deste processamento para extração de pectina. As frutas foram coletadas no seu ponto de maturação, em uma propriedade rural do município de São Joaquim, SC, e despolpadas para a separação da polpa e do subproduto (casca e mesocarpo). O fermentado foi elaborado com a polpa da fruta, por metodologia de vinificação em branco, e analisado quanto aos seus parêmetros físico-químicos, compostos bioativos e atividade antioxidante. O produto obtido apresentou características físico-químicas que se enquadraram nos padrões de identidade e qualidade para fermentados de frutas, apresentando também alta atividade antioxidante, atribuída à presença de compostos fenólicos visto que compostos carotenoides foram evidenciados apenas na polpa e a vitamina C mostrou-se baixa em função do processamento possibilitar a oxidação da mesma. Foram identificados na polpa da goiaba serrana 6 carotenoides, sendo que em maior quantidade estavam a (all)-trans-luteína e β- criptoxantina (ambas 0,019 μg/g de polpa fresca), seguidas do γ-caroteno (0,010 μg/g de polpa fresca). Além das xantofilas, foram identificados o ζ-caroteno e γ-caroteno, carotenoides também relacionados à bioatividade. Este fermentado foi empregado como vinho base e submetido a uma segunda fermentação em garrafas (método tradicional de produção de espumantes) para obtenção de um espumante natural que foi avaliado por seus parêmetros físico-químicos, análise sensorial (análise descritiva quantitativa) e compostos voláteis por GC-MS. O espumante natural de goiaba serrana apresentou características físico-químicas semelhantes aos vinhos espumantes obtidos a partir de uvas. A análise de compostos voláteis evidenciou a presença de 28 compostos, sendo a maioria representados por ésteres que conferem odores frutais, os quais foram identificados também na análise sensorial (aromas de goiaba serrana, goiaba, acerola, flor de laranjeira, frutal, herbáceo, folhas secas, abacaxi, maçã verde, cítrico). Os compostos voláteis majoritários do espumante natural foram metil benzoato e etil benzoato, aromas característicos da goiaba serrana. A casca e o mesocarpo da goiaba serrana foram denominados de subproduto e avaliados quanto ao teor e grau de metoxilação de pectina. A extração foi realizada por delineamento composto central rotacional com pontos centrais e axiais, variando-se a concentração de ácido cítrico e temperatura. O subproduto da goiaba serrana mostrou-se uma fonte alternativa para extração de pectina, na qual foi caracterizada como alto grau de metoxilação, podendo ser empregada para elaboração de produtos como geleias. A goiaba serrana avaliada neste estudo mostrou-se uma matéria-prima com bom potencial para elaboração de bebidas alcoólicas fermentadas além de ser fonte alternativa para obtenção de pectina.