'Não é qualquer um que sobrevive”: um estudo sobre mortes nas prisões brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Nathalia Mansour de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-20082024-092300/
Resumo: A pesquisa teve como foco a análise da produção de mortes nas prisões, com base nas teorias de Michel Foucault e Judith Butler. O trabalho foi motivado pela hipótese de que os mecanismos de poder que colocam as prisões em funcionamento criam um cenário favorável para a produção de mortes cotidianas dentro dos muros. Os procedimentos metodológicos envolveram entrevistas semiestruturadas com sobreviventes do sistema prisional, bem como a análise de dados disponíveis sobre as prisões no Brasil. Os dados coletados indicaram que a deterioração progressiva da saúde dos presos faz parte das estratégias adotadas pelo Estado, através de seus dispositivos de controle, para gerar mortes indiretas nas prisões. A pesquisa sugeriu que as prisões brasileiras constituem o palco de um massacre silencioso que resulta da indução a uma condição extrema de precariedade. O trabalho ainda revelou que os presos não assistem passivamente ao definhamento da própria vida nas prisões. Os relatos mostraram que os presos, visando à própria sobrevivência, articulam variadas formas de resistência aos mecanismos de poder presentes dentro dos muros