Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Caetano, Fabiane Bis |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-07102009-153550/
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Resumo: |
A pessoa com distúrbios hematológicos demonstra desarranjos físicos, emocionais e sociais. Assim, atuar nesta área é estar disposta a cuidar do indivíduo, percebendo e intervindo precocemente nas alterações manifestadas. Os tratamentos para as patologias hematológicas podem ser feitos pela radioterapia, quimioterapia e o transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH). Na maioria dos casos, a combinação destas modalidades terapêuticas faz-se necessária para o alcance do controle da doença. Após ser submetido à quimioterapia e/ou radioterapia o paciente é encaminhado para o TCTH almejando-se a cura. Estes tratamentos são altamente agressivos, acarretando prejuízos em todas as dimensões da vida do doente. A compreensão da trajetória da pessoa acometida por uma doença, desde o início dos sinais e sintomas até as perspectivas para o futuro, identificando suas idéias e condutas na luta pela sobrevivência, parte do entendimento do contexto sociocultural em que está inserida. Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi identificar os modelos explicativos (MEs) para o TCTH alogênico aparentado, na visão de um grupo de pacientes. Para o seu alcance, estabelecemos como base teórica a antropologia médica, o método do estudo de caso qualitativo e a técnica de análise de conteúdo indutivo. Participaram deste estudo 11 pacientes, sendo três com leucemia mielóide aguda, quatro com leucemia mielóide crônica, dois com leucemia linfóide aguda e dois com anemia aplástica grave. As seis mulheres e os cinco homens formam um grupo de adultos em idade produtiva e suas características sociais mostram que são pessoas oriundas da classe social popular. Realizamos entrevistas semi-estruturadas, norteada por questões que integram a construção dos modelos explicativos. Posteriormente compilamos cada uma das entrevistas e seguimos para a análise de dados que se realizou em duas etapas. Reunimos as entrevistas e após várias leituras elencamos as categorias temáticas: da trajetória da doença ao tratamento especializado, os sentidos dados à doença e aos tratamentos, o lidar com a doença e os tratamentos e a vida após os tratamentos. Por estas categorias apreendemos os diversos elementos constitutivos dos modelos explicativos do adoecer e do submeter-se ao TCTH alogênico, onde evidenciamos a influência da cultura em que estão inseridos os participantes. Os entrevistados retrataram os sinais e sintomas da doença, a percepção do estar doente e suas causas, a difícil busca pela assistência à saúde, os tratamentos caseiros, a necessidade das terapêuticas, a existência de um doador compatível, as complicações e suas consequências, as dificuldades financeiras, os cuidados e as mudanças no modo de vida após os tratamentos e as perspectivas de futuro. Concluímos que a cultura é um sistema de referência para as pessoas de um grupo social, que fornece formas de pensar e agir sobre uma determinada situação ou evento. Evidenciamos exemplos da trajetória percorrida pelos participantes em busca da cura, almejando instigar os profissionais da saúde, em especial à equipe de enfermagem, que cuidam destes pacientes a olhá-los em todas as suas dimensões da vida, desejando um cuidado integral e diferenciado, integrando conhecimentos culturais ao modelo biomédico. |