A cultura e seu valores: uma investigação sobre o impacto da cultura organizacional no desempenho financeiro das empresas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Daniel José Cardoso da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-26082019-121731/
Resumo: Por muito tempo as culturas das organizações foram negligenciadas como potenciais determinantes do desempenho das empresas. Porém, uma literatura recente, em rápido desenvolvimento, sugere que os valores podem ter efeito reais importantes.Um bom exemplo disso é o trabalho de Guiso, Sapienza & Zingales (2015), que evidenciou que certas culturas podem se associar a desempenhos superiores e também servir como mecanismo de governança corporativa, mais eficaz que os tradicionais. Apesar disso, em finanças e contabilidade ainda se encontram poucos estudos, talvez em função da dificuldade de mensuração dos fenômenos envolvidos (Liu, 2016) e da escassez de dados internos das empresas que são vitais para a elaboração desse tipo de pesquisa. Sendo assim, este estudo procura suprir esta lacuna. Utilizando-se de dados da pesquisa MEPT (Melhores Empresas para se. Trabalhar no Brasil) da PROGEPE-FIA, faz-se o cruzamento com dados financeiros de diversas bases nacionais e internacionais e com dados referentes às ações trabalhistas daquelas empresas participantes da survey. Dessa forma são propostas medidas de mensuração de cultura, entre elas, três inéditas: as integridades institucional e plena e a JRT (Judicialização da relação trabalhista), além da integridade gerencial, altruísmo e clareza das informações. Sobre a JRT, trata-se de uma proxy que procura capturar a existência de uma possível cultura nas organizações de solucionar seus conflitos pela via judicial. Propõe-se proxies para as políticas, práticas e características das empresas, as quais podem ser associadas às culturas. Para além disso, é testado o efeito moderador que determinadas características das empresas e dos empregados pode exercer na relação entre a cultura e seu desempenho. Os resultados sugerem que certos elementos da cultura organizacional podem ser mais importantes que outros quando associados ao desempenho das firmas. Observa-se também que a JRT se associa negativamente à performance das entidades. Apura-se que existe associação positiva entre as políticas, práticas e características das organizações e suas culturas. Entretanto, características dos respondentes e das próprias empresas podem reduzir o efeito marginal das associações entre as culturas e os indicadores de performance das entidades. Diferente do esperado nenhuma das proxies da cultura estudadas se mostrou capaz de minimizar os efeitos nocivos da JRT. No entanto a política de integrar o empregado às culturas da empresa se mostra como um possível mecanismo, capaz de mitigar os efeitos daquela cultura de judicialização das relações empregador /empregado. É como contribui a presente tese, para a literatura de finanças e contabilidade