Entre as palavras e a intervenção social: análise de uma trajetória individual em uma ação de educação ambiental interpretada a partir da filosofia da práxis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Malagodi, Marco Antonio Sampaio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-16122009-105200/
Resumo: Essa pesquisa aborda um esforço de compreensão e de elaboração da dialética de uma ação desenvolvida pelo autor no campo da educação ambiental, fazendo emergir os desafios da integração entre teoria e prática na produção científica. Embora não tenha se estruturado como uma pesquisa-ação, a investigação resultou no esclarecimento da distância que a separa daquela metodologia. O objeto da pesquisa foi inicialmente a trajetória do autor através do acontecimento do Curso de formação de agentes locais de sustentabilidade (2003-2004) promovido pela Universidade de São Paulo e financiado por uma empresa brasileira do setor de celulose e papel. Inicialmente pretendeu-se demonstrar a tese de que a pouca dedicação à dimensão teórica naquela prática (representada pelas imprecisões no uso das palavras que se empregava) poderia indicar uma obstrução significativa da dialética teoria-prática nas formas de pensamento-linguagem do autor, dificultando a reflexividade crítica que se pretendia alcançar neste processo formativo. Seguindo as pistas de uma pedagogia da práxis, desenvolveu-se um estudo filológico a partir das noções de dialética, filosofia da práxis e pedagogia, interrogando-se sobre o conceito de práxis. Essa investigação levou o pesquisador a revisitar algumas trajetórias de sua iniciação no campo da educação ambiental. Entre as interpretações que se tornaram possíveis na argumentação da tese, entendeu-se que para o favorecimento de uma vertente crítica e emancipadora em educação ambiental faz-se relevante a compreensão da herança marxista aí presente como filosofia da práxis, e igualmente relevante a compreensão das críticas que essa herança recebeu ao longo do século XX. Entre elas, destacou-se as contribuições de Cornelius Castoriadis e de Jürgen Habermas, este último influenciado pelo pragmatismo e empenhado na superação do paradigma da subjetividade a filosofia do sujeito em direção ao paradigma do entendimento recíproco uma filosofia da intersubjetividade. Por outro lado, percebeu-se que a relevância da intervenção social para tal vertente na educação ambiental pode ser melhor realizada na compreensão e problematização da proposta da pesquisa-ação de Kurt Lewin (influenciada pelo pragmatismo) pela perspectiva da filosofia da práxis, como em René Barbier. Ao final conclui o autor que o conceito de práxis compreendido como a ação intersubjetiva que favorece simultaneamente a autonomia individual e coletiva permitiu-lhe a reinterpretação de sua trajetória como uma etapa necessária da própria dialética que buscou compreender, ressignificando assim a própria tese que pretendeu demonstrar, uma vez que a relativa desobstrução da dialética teoria-prática em sua ação educativa só pôde ser parcialmente demonstrada: uma demonstração integral insere-se no desafio de se estruturar um processo formativo inscrito em uma pesquisa-ação, em diálogo com o debate aqui apresentado.