Prolegômenos a uma epistemologia das ciências: por uma abordagem organicista omnilética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Reversi, Luiz Felipe Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194218
Resumo: O processo histórico do desenvolvimento científico representa um campo de estudos importante, explorado pelos historiadores das ciências. Todavia, cabe aos filósofos da ciência produzir e realizar a análise das perspectivas sobre a ciência e a natureza do conhecimento científico, avaliando suas contradições, limitações e consequências para a atividade científica e a sociedade, eventualmente propondo soluções. Neste contexto, objetivando a construção de uma proposta de filosofia da ciência pertinente aos desafios que esta encontra na atualidade, a presente pesquisa empreendeu uma revisão das principais correntes de pensamento sobre as ciências, representadas por três grupos: epistemologias hegemônicas; epistemologias críticas/marxistas; epistemologias pós-modernistas. Após breve contextualização histórica dessas correntes, foi empreendida detida análise comparativa de seus fundamentos ontológicos, gnosiológicos, epistemológicos, ideológicos e alguns apontamentos metodológicos, a partir da qual foram desvelados as contradições e perigos das concepções pós-modernistas para a ciência contemporânea, bem como o potencial revolucionário das concepções marxistas para a filosofia da ciência. Frente aos resultados obtidos nessa análise teórica foi elaborada uma nova proposta de filosofia da ciência baseada nos princípios (ontológicos, gnosiológicos, epistemológicos, ideológicos e metodológicos) marxistas, porém buscando superar as críticas feitas por/a cada um dos grupos epistemológicos analisados, incorporando conceitos e pressupostos como os da complexidade, estruturando nossa proposta de maneira adequada à realidade das ciências naturais, visando a produção de uma ciência que seja compreendida tanto enquanto atividade humana (trabalho imaterial) quanto como conhecimento (produto cultural), reflexiva, crítica de si mesma e alinhada aos interesses sociais. A partir deste processo analítico e sintético emerge a proposta do Organicismo Omnilético, na qual o organicismo figura como superação do materialismo tal como a omnilética como superação da dialética. Realizamos, então, um estudo empírico na forma de pesquisa-ação com professores de Ciências e Biologia em formação inicial e continuada por meio de um curso de extensão com o objetivo de validar o quadro teórico elaborado assim como garantir a construção coletiva e participativa dessa pesquisa e da proposta nela desenvolvida, além de buscar com que essa contribua para a formação destes professores e consequentemente para a educação científica da comunidade. Ao longo deste curso de extensão foram produzidos e coletados dados dos participantes por meio de questionários contendo questões abertas e fechadas os quais foram analisados por meio da proposta da Análise de Conteúdo e da Análise de Discurso de matriz francesa, evidenciando o perfil epistêmico dos participantes e as contribuições do modelo do Organicismo Omnilético para suas concepções de ciência e sua prática pedagógica.