Taxonomia e distribuição dos gaviões do gênero Leptodon Sundevall, 1836 (Aves: Accipitridae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Dénes, Francisco Voeroes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-22092009-150905/
Resumo: O gavião-de-pescoço-branco Leptodon forbesi Swann, 1922, endêmico da Mata Atlântica do Centro Pernambuco, é uma espécie cujo status taxonômico ainda é controverso. Autores como Swann (1922 e 1945), Teixeira et al. (1987) e del Hoyo (1994) consideram a espécie como válida, enquanto que outros, como Grossman e Hamlet (1964), Brown e Amadon (1968), Blake (1977) e Sick (1994) optam por considerá-la como uma variante morfológica do gavião-de-cabeça-cinza L. cayanensis. As diagnoses tradicionais de L. forbesisão as coberteiras inferiores das asas, brancas ao invés de negro; píleo cinza; lados do pescoço brancos; ápice das escapulares, manto e rêmiges esbranquiçados; e a cauda com uma larga faixa branca (Swann 1945; Hellmayr e Conover 1949; Pinto 1964). O presente trabalho teve como objetivos estudar e descrever a variação morfológica e morfométrica de L. cayanensis, e testar a validade dos táxons componentes deste complexo, com especial atenção para o táxon L. forbesie sua distribuição geográfica. Foram analisados 128 espécimes do gênero Leptodon, provenientes do México até o estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Dados morfométricos foram obtidos e analisados para se avaliar diferenças entre os sexos, o polimorfismo de coloração nas plumagens dos juvenis, e as subespécies propostas por Swann (1922) para L. cayanensis. Além disso, caracteres de plumagem também foram analisados para se testar a validade de L. forbesi. Concluiu-se que há dimorfismo sexual em L. cayanensis, sendo as fêmeas de maior porte (I); que ocorrem duas, e não três, fases de coloração nas plumagens juvenis de L. cayanensis (II); que as subespécies propostas por Swann (1922) para L. cayanensis não são válidas, sendo a variação geográfica do porte mais bem explicada por um gradiente em resposta ao módulo da latitude, como previsto pela Lei de Bergmann (III); e que a espécie L. forbesié um táxon válido, com base nos caracteres da coloração das penas coberteiras inferiores e da borda de ataque das asas, brancas em L. forbesie pretas em L. cayanensis, do contraste entre a coloração ventral das rêmiges, sendo as primárias escuras e as secundárias mais claras em L. forbesi, e da coloração das penas da região do pescoço, brancas em L. forbesie cinzas em L. cayanensis (IV). Desta forma, L. forbesi constitui mais uma espécie endêmica do Centro Pernambuco de Endemismo.