Socialização para a cidadania: limites e possibilidades no universo das Organizações Não-Governamentais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Heder, Fernando Manzieri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-24092009-132200/
Resumo: O objetivo do presente trabalho é analisar uma proposta de prática sócio-educativa de uma ONG chamada Fundação EPROCAD, buscando verificar as potencialidades e limites de suas estratégias socializadoras para a constituição das formas de ser, pensar e agir de jovens das camadas populares enquanto cidadãos. Neste sentido procurou-se: 1) constatar que tipo de disposições de habitus políticos a maioria dos jovens pesquisados possuía, classificando-os a partir das categorias cidadão passivo; sujeito à intervenção e sanção de uma ordem político-jurídica que lhe atribui deveres e direitos, mas que não são exercidos, nem questionados, e/ou cidadão ativo; que incorpora em suas disposições a vontade de participação nas esferas públicas de poder, reivindicando direitos e inserindo-se nas relações sociais transformando-as; 2) analisar a ONG a partir de sua história, missão, ações, objetivos, relações institucionais etc, procurando desvendar sua proposta em termos de socialização política dos jovens; 3) examinar a prática educativa desta instituição a partir do conteúdo abordado, das estratégias/ metodologias utilizadas, dos sujeitos envolvidos e do tipo de relação estabelecida entre eles, buscando comparar esta prática com o discurso da organização; e, por fim, 4) comparar o tipo de disposições de habitus políticos dos jovens pesquisados com o tipo de cidadão que a instituição se propõe a formar, para entender a) as potencialidades e limites do poder de socialização política da ONG sobre os jovens e, finalmente, b) que tipo de cidadão ela contribui para formar efetivamente. A pesquisa de campo se deteve em torno de documentos institucionais, da observação de campo, de entrevistas e do desenvolvimento de uma atividade de dramatização com alguns jovens alunos da ONG. Foi possível verificar que a contribuição da ONG no processo socialização política dos jovens é marcada por uma série de contradições, contribuindo de forma tímida, mas efetiva, para que alguns jovens constituam-se como cidadãos que mesclam características ativas e passivas em suas formas de ser, pensar e agir politicamente no mundo.