Conflitos sociais mediados nas narrativas de futuro para jovens negras residentes nas periferias de São Paulo e de Goiânia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mendes, Carlos Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-19112019-194120/
Resumo: A proposta deste doutorado foi de compreender se os sentidos de futuros narrados por jovens negras residentes nas periferias do município de São Paulo e de Goiânia lhes servem de mediadores para o entendimento dos conflitos sociais. Neste caso, os objetivos mais específicos giraram na orbita da compreensão se elas enunciam tipos de elaboração de sofrimentos, se comunicam suas relações étnico-raciais, de gênero e de classe, assim como, se lutam por reconhecimento intersubjetivo e social. Trata-se de uma pesquisa de característica qualitativa porque tal método permite a inserção do pesquisador nos próprios espaços geográficos, lá onde vivem suas vidas, alimentam esperanças. Por meio da relação com o pesquisador seus versos e expressões edificaram coisas, consequências, tarefas, além de comunicarem desigualdades, mas principalmente, a arquitetura do futuro, a elaboração do sofrimento para que as dores não se tornem dogmas. Portanto, é oportuno lembrar que nas periferias citadas, se vive sob a atmosfera de elementos representantes da relação entre racismo, pobreza, gênero, genocídio de jovens negros, espaço urbano, entre outros, que nos possibilita o diagnóstico de que vivemos em sociedade desigual em plena barbárie, mas que por outro lado, nos permite intuir como traços predominantes entre muitos jovens moradores em tais cenários, as formações de laços de solidariedades, de lutas por direitos, por cultura, por religião, por caraterísticas indenitárias, diversidade sexual, pelas memórias que nutrem sentimentos de pertença étnico-raciais, de rede de relações das comunidades locais. Tudo isso, constituíram em importantes recursos de investigação que podem auxiliar para a construção de políticas públicas voltadas ao combate à desigualdade social brasileira. Neste aspecto a tradição teórica de crítica social foi instrumento importante para a compreensão e análise das experiências, bem como, das suas expectativas para o tempo ainda por vir, como estas expectativas se tornam mediadoras para lutarem por reconhecimento. Portanto, cumpriu-se de ouvi-las com bases no enfoque pesquisa-participante sob a análise da tradição teórica de crítica à sociedade, que entende que os conflitos sociais têm origem na ausência de reconhecimento, visto que o reconhecimento pleno só se dá quando indivíduos e grupos são realmente aceitos nas relações com o próximo (amor), na prática institucional (justiça/direito) e na convivência em comunidade (solidariedade)