Expectativa de privacidade segundo pessoas hospitalizadas e não hospitalizadas: um estudo bioético

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Sacardo, Daniele Pompei
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-21102024-131445/
Resumo: O cenário hospitalar tem se mostrado um espaço privilegiado para investigações interessadas na questão da autonomia dos indivíduos, visto que de tal princípio fundamental derivam princípios secundários, como a privacidade, necessária para a prática institucional humanizada. Entre os diversos conceitos para definir \"privacidade\" sob a ótica da Bioética (AIIen 1995; Beauchamp & Childress 1989; Engelhardt 1998), parece consenso que a privacidade é um mecanismo de regulação da relação entre profissionais de saúde e pacientes, a qual pode facilitar o estabelecimento da confiança mútua necessária ao desenvolvimento do trabalho. O presente estudo procurou contribuir para uma reflexão teórica acerca das relações interpessoais em instituições hospitalares a partir da ótica do usuário. Os objetivos foram descrever as expectativas de pessoas hospitalizadas e não hospitalizadas quanto a privacidade numa situação de hospitalização. A população de estudo foi composta por 40 pessoas adultas, de ambos os sexos, na faixa etária entre 30 e 50 anos, divididas em dois grupos. O primeiro grupo constituiu-se por 20 pacientes internados no setor clínico-cirúrgico de um hospital público da região metropolitana de São Paulo e o segundo grupo compôs-se por 20 visitantes ou acompanhantes que se encontravam nas imediações do hospital. Para a análise das entrevistas utilizou-se o \"Discurso do Sujeito Coletivo\", de Lefèvre e col (2000), que resulta numa única idéia que representa os vários pontos de vista de cada entrevistado, para cada categoria analítica. Os resultados demonstraram que há forte expectativa quanto à privacidade das informações, as quais considera-se que devam ficar restritas aos médicos e à equipe de enfermagem. Houve certa indiferenciação entre o paciente e sua família, sendo que esta possui os mesmos direitos do paciente e é percebida por ele como \"cuidadora\". Entre as pessoas hospitalizadas, foi possível identificar significativa expectativa quanto à preservação da privacidade física.