Sons seminais Mbya no desabrochar de uma pedagogia intercultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Jesus, Silvania Francisca de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-24032025-101204/
Resumo: Esta pesquisa quer instigar a escuta dos sons primordiais do povo Guarani Mbya, guardados entre seus segredos profundos e revelados na delicadeza de seu convite ao encontro. As pequenas canções, Mborai, foram tratadas como caminho para uma Pedagogia Intercultural permeada de saberes ancestrais em perspectiva ético-estética. A simbólica do Maino\'ï-Colibri e o ambiente místico florestal se entrelaçam com uma cosmo-vivência humana onde se inserem, em alto e profundo, o canto, a palavra e o afeto, constitutivos imemoriais dos Mbya. Para acompanhar este povo cantante, a metodologia se valeu de inserção participante, entrevistas qualitativas, rodas de diálogo, vivências culturais, ações formativas compartilhadas com lideranças indígenas e famílias. Paulo Freire e o referencial teórico dos estudos interculturais de vertente Pedagógica e Antropológica se ambientaram com a sabedoria de intelectuais indígenas como Kaka Wera, Geni Nuñez, Vherá Poty, Timoteo Wera Popygua, Daniel Iberê Mbya, Jera Giselda, Airton Krenak, Carlos Papa Poty e anciãos das aldeias. A linguagem e existência poéticas dos Mbya, na sua alteridade, direcionaram a linguagem deste texto e a proposição de abertura de caminhos para uma educação pública com influxo ético e estético em chave intercultural. Os Mborai kuery, canções Guarani, as pesquisas sobre o canto Mbya, especialmente de Deise Montardo e Marília Stein, e a voz indígena nos depoimentos coletados, foram essenciais na constituição do corpus em que se movimenta o texto que se direciona para reencantar a Educação reconhecendo a resistência como pedagoga, a experiência como pedagoga, a infância como pedagoga, a natureza como pedagoga e a ancestralidade como pedagoga. Serão necessárias muitas caminhadas, muitos voos, muitas vozes, muita sonoridade e muitas proximidades que passem pelo corpo, pelo canto, pelo afeto, pela palavra, pela alteridade, para cantar e encantar uma Pedagogia Intercultural Crítico-Libertadora