Avaliação do papel da gasdermina-D na leishmaniose visceral e dos componentes do inflamassoma NLRP3 na leishmaniose tegumentar difusa: estudos em modelos murinos e amostras clínicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Madeira, Juliana Cristina Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-24062025-084705/
Resumo: As leishmanioses são doenças parasitárias causadas por protozoários do gênero Leishmania, apresentando um amplo espectro de manifestações clínicas, que variam de formas cutâneas localizadas até quadros sistêmicos graves. A resposta imune do hospedeiro é crucial para o controle da infecção, e os inflamassomas desempenham um papel central na regulação da inflamação. No entanto, os mecanismos envolvidos na ativação e modulação dessas vias inflamatórias ainda não estão completamente elucidados. Neste estudo, investigamos o papel da Gasdermina D (GSDMD) na patogênese da Leishmaniose Visceral. Foi observado níveis elevados de GSDMD no soro de pacientes com LV ativa, que se correlacionam a um perfil inflamatório. Em modelos experimentais, observamos a clivagem da GSDMD nos estágios iniciais da infecção, o que gera fragmentos não canônicos de aproximadamente 22 kDa, que ocorrem independentemente do inflamassoma NLRP3 e das caspases 1 e 11. A ausência de GSDMD resultou em maior carga parasitária em macrófagos e animais, sugerindo um possível papel protetor dessa molécula na resposta imune. Na leishmaniose tegumentar difusa (LTD), uma forma crônica e anérgica da doença, investigamos a ativação do inflamassoma NLRP3. A análise de expressão gênica em biópsias de pacientes revelou um aumento significativo na expressão de genes associados a essa via inflamatória, incluindo NLRP3, CASP1 e PYCARD (ASC), o que sugere a ativação do inflamassoma. Análises histológicos mostraram um processo inflamatório crônico histiocitário, com distorção da arquitetura dérmica e deposição de matriz extracelular. A ativação do inflamassoma foi confirmada por imunofluorescência, evidenciada pela formação de puncta contendo NLRP3/ASC. Em modelos experimentais, camundongos deficientes para NLRP3 infectados com cepas de L. amazonensis isoladas de pacientes com LTD apresentaram perfis variáveis de resistência e suscetibilidade. Ainda não está claro se essa via inflamatória interfere na contenção da replicação do parasito ou na manutenção do estado anérgico da resposta imune. Nossos achados contribuem para a compreensão dos mecanismos imunológicos envolvidos na LV e LTD, ampliando o conhecimento sobre o papel do inflamassoma NLRP3 e da Gasdermina D na progressão dessas doenças. Esses resultados oferecem novas perspectivas para a investigação de alvos terapêuticos e estratégias de controle da infecção.