Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santos, Lívia Giubilei |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-22022021-145502/
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Resumo: |
Esta pesquisa teve como objetivo acompanhar os movimentos presentes na gestão do cuidado a um usuário desenvolvida por uma equipe de saúde da família de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Indaiatuba/SP. Considerando que o cuidado é criado na relação e nos encontros entre os múltiplos sujeitos, acredita-se na importância de uma gestão do cuidado que valorize os fluxos conectivos e as subjetividades presentes nos encontros, proporcionando a construção conjunta de um cuidado singular. Desenvolveu-se uma pesquisa-intervenção, utilizando o referencial teórico-filosófico da Esquizoanálise. A cartografia foi o método escolhido, pois permitiu acompanhar, registrar, mapear o movimento de criação e continuidade de diálogos, afetos e acontecimentos na gestão do cuidado da equipe. Para tanto, foram utilizadas as seguintes ferramentas cartográficas: observação participante na UBS; fluxograma analisador com a equipe a partir da discussão do caso de um usuário; entrevista semiestruturada com este usuário; e diário de campo. A observação participante possibilitou à cartógrafa uma imersão no campo investigado e uma proximidade com as produções cotidianas da equipe. O fluxograma analisador permitiu mapear os movimentos da equipe no acompanhamento da usuária, e a entrevista aproximou a cartógrafa dos movimentos dessa usuária na gestão de seu cuidado. O diário de campo constituiu-se de importante dispositivo para acompanhar a processualidade da experiência produzida pela cartógrafa em conjunto com os sujeitos da pesquisa. Pequenas quebras na repetição foram movimentos que se fizeram presentes na gestão do cuidado acompanhada nesta Tese: uma consulta psicológica; uma entrevista-encontro com a usuária; uma conversa em um tempo de descanso para um café; entre outras conexões nos bastidores. Também se fizeram presentes movimentos decalcados, das mesmas queixas e condutas, centradas no corpo, em exames e medicamentos. Foi possível interrogar uma gestão do cuidado que bambeia, estremece, afrouxa rotinas, saberes e protocolos dados a priori, e que sofre variação de acordo com fluxos, acontecimentos e intensidades ao vivenciar o cuidado em ato. E também gestão do cuidado que bambeia e paralisa, ficando sem jeito. Sujeitos, profissionais e usuários, afetam e são afetados, podendo construir, processualmente, um cuidado singular. A experiência também possibilitou processos de autoanálise para a equipe, que revisitou o caso da usuária escolhida, reconheceu limites, e produziu novos movimentos. A usuária, na experiência da entrevista, teve voz e foi ouvida sobre os cuidados de si e cuidados de última hora. E assim, equipe, cartógrafa e usuária, implicadas, em alguns momentos sem jeito, e sem desistir; construíram uma cartografia da resistência na gestão do cuidado da Estratégia Saúde da Família. |