Determinação de metais pesados em ingredientes e alimentos comerciais para cães e gatos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Zafalon, Rafael Vessecchi Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10135/tde-15052020-085144/
Resumo: Nos dias atuais há preocupação crescente em relação à contaminação com metais pesados em alimentos para animais de companhia, devido ao grande potencial de riscos à saúde desses elementos. A presença dos mesmos no ambiente, principalmente no solo, pode resultar em contaminação das matérias primas utilizadas na formulação de alimentos para pets. Tem sido demonstrada presença de metais pesados em tecidos corporais de cães e gatos e, é conhecido que a principal via de contaminação é através dos alimentos. Diante do exposto, esse estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a presença dos elementos: alumínio (Al); antimônio (Sb); arsênio (As); bário (Ba); berílio (Be); boro (B); cádmio (Cd); chumbo (Pb); cobalto (Co); cobre (Cu); cromo (Cr); estanho (Sn); ferro (Fe); mercúrio (Hg) níquel (Ni); selênio (Se) urânio (U); vanádio (V) e zinco (Zn) em alimentos comerciais para cães e gatos (n=100), bem como em ingredientes utilizados na fabricação dos mesmos (n=100); comparar os resultados com o nível máximo tolerado (NMT) de cada elemento, recomendado pela Food and Drug Administration (FDA,2011) e com o limite legal expresso na FEDIAF (2019) para os minerais: Cu, Fe e Zn; assim como realizar comparações entre alimentos secos e úmidos, alimentos para cães e alimentos para gatos, entre categorias de mercado, entre as fontes de proteína analisadas e, entre as diferentes fontes de carboidratos. Os elementos foram determinados por espectrometria de emissão ótica por plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). As análises estatísticas foram realizadas através do software estatístico SAS (P<0,05). Os elementos As, B, Be e Se não foram detectados em nenhuma amostra de alimento analisada. Observou-se concentrações acima do NMT dos elementos: Al, Hg, Pb, U e V tanto nos alimentos para cães, quanto nos alimentos destinados a gatos, de modo que a porcentagem dos alimentos caninos que excedeu o NMT desses elementos foram: 31,9% (Al); 100% (Hg); 80,55% (Pb); 95,83% (U); 75% (V), e daqueles destinados a gatos foram: 10,71% (Al); 100% (Hg); 32,14% (Pb); 85,71% (U); 28,57% (V). O limite legal do Cu foi excedido em 20,83% e 28,57%; e do Zn em 26,39 e 14,29% dos alimentos para cães e gatos, respectivamente. Uma pequena parcela dos alimentos para cães (6,94%) excedeu o NMT de Co, enquanto apenas um alimento para a espécie felina excedeu o NMT de Cr. Os alimentos secos apresentaram maiores concentrações da maioria dos elementos analisados (P<0,05), exceto de Sb e Sn que não houve diferença (P>0,05) e Fe que foi superior nos alimentos úmidos (P<0,05). Dentre as fontes de carboidrato, o farelo de trigo apresentou concentrações superiores para a maior parte dos elementos analisados (P<0,05), enquanto que dentre as fontes de proteína, de um modo geral as farinhas de origem animal, mais especificamente as farinhas de carne; vísceras de frango e peixe, apresentaram concentrações mais elevadas de metais tóxicos, quando comparadas às fontes de origem vegetal. Conclui-se que os alimentos analisados apresentaram altas concentrações dos seguintes elementos: Al, Cu, Hg, Pb, U, V e Zn. No geral, os ingredientes de origem animal apresentam maior potencial de contaminação que aqueles de origem vegetal. São necessários mais estudos que avaliem os efeitos da ingestão crônica dos elementos supracitados nas quantidades encontradas neste trabalho e, se nas mesmas circunstâncias, tais metais tóxicos implicam em riscos à saúde de cães e gatos.