Classificação morfológica, imunoistoquímica e prognóstica dos hemangiopericitomas caninos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Santos, Stéfanie Vanessa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-26092006-155648/
Resumo: Hemangiopericitomas (CHP) assim como schwanomas são neoplasias cutâneas de origem mesenquimal, sendo os hemangiopericitomas freqüentemente relatados em cães, ao contrário dos neurofibromas que são mais raros nos mesmos. Relata-se que o CHP origina-se de pericitos, ou células que se localizam ao redor de vasos sanguíneos. São observadas mais freqüentemente nos membros, como massas, bem circunscritas, firmes e grandes. Os hemangiopericitomas têm características histológicas comuns aos schwanomas (neurofibromas), sugerindo uma possível semelhante histogênese. Na realidade, na experiência deste Serviço de Anatomia Patológica, o diagnóstico diferencial entre hemangiopericitomas e neurofibromas apenas com base na morfologia é bastante difícil. O aspecto histopatológico do hemangiopericitoma e schwanoma correspondem à presença de agrupamentos celulares na forma de espiral pericapilar ou não respectivamente. Na tentativa de melhor caracterizar os hemangiopericitomas e distinguí-los de outros tumores mesenquimais, principalmente dos neurofibromas, propõe-se a caracterização histológica, epidemiológica e imunoistoquímica, dos hemangiopericitomas em animais da espécie canina. Com este, espera-se refinar o diagnóstico diferencial destes tumores, por tratar-se de neoplasias pouco e mal diagnosticadas devido à dificuldade de caracterizá-las morfologicamente. Procura-se estudar também, a proliferação celular nos três subtipos histológicos dos CHP e contagem dos critérios morfológicos de malignidade, correlacionando com o prognóstico clínico. Para isto, o presente estudo propôs realizar um levantamento criterioso dos casos de hemangiopericitomas e neurofibromas e/ou neurofibrossarcomas em cães nos Arquivos do Serviço de Necroscopia do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) durante o período de 1990 a 2003, reclassificando histologicamente estas neoplasias e graduando os subtipos dos CHP. Os resultados apontaram um total de 77 casos de CHP dos quais o subtipo perivascular correspondeu (35/77casos); o estoriforme (20/77) e o epitelióide (22/77).As conclusões da imunoistoquímica para tipo perivascular (HPV) revelam positividade de 100% para F8; 60% para S100; 100% para vimentina; 7% para GFAP e 0% para CD34 e citoqueratina. O tipo estoriforme (HES) revelou 70% de positividade para F8; 50% para S100; 100% para vimentina; 0% para citoqueratina e GFAP; 10% para CD34. Destaca-se para o epitelióide (HEP) 70% de positividade para o F8; 40 % para o S100; 90% para vimentina; 0% para citoqueratina; GFAP e CD34. A contagem estatística dos critérios de malignidade como PCNA (CL3); índice mitótico (CL1); índice apoptótico (CL4); células multinucleadas (CL0) revelaram nos subseqüentes (HPV, HE, HEP) subtipos de CHP, respectivamente: CL0 (6.135±4.038; 5.067±3.019; 11.217±5.729); CL1 (6.155±2.380; 7.545±1.941; 12.540±8.629); CL3 (30.042±10.824; 39.1.22±11.158; 41.945±9.705); CL4 (1.153±1.1443; 1.888±1.988; 2.400±1.648). O prognóstico clínico revelou 59% de taxa de recidiva para o tipo epitelióide. Assim, o presente estudo mostrou que os hemangiopericitomas devem ser graduados histologicamente por três subtipos dos quais o epitelióide parece ser o mais agressivo e o perivascular o mais incidente (45,5%) (35/77 casos) e que a imunoistoquímica pode ter papel importante na diferenciação entre os hemangiopericitomas e neurofibromas, devido à positividade e negatividade do Fator 8 respectivamente; no entanto não auxilia para distinção entre os subtipos dos CHP. Contudo o estabelecimento de critérios para diferenciar, graduar e caracterizar os CHP poderão ter implicações epidemiológicas, terapêuticas e prognósticas importantes como mostra o presente estudo