Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Talina Carla da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-11122019-122154/
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Resumo: |
Introdução: A tuberculose (TB) ainda apresenta alta incidência em âmbito mundial, taxas de abandono do tratamento acima da média preconizada e dificuldade de se alcançar a cura. Ao longo do tempo a doença tem acometido, proporcionalmente, mais homens do que mulheres. No entanto, das doenças infecciosas, a TB é a que mais tem levado mulheres ao óbito. Entre os desafios para a melhoria desse quadro epidemiológico, sobressai a adesão ao tratamento e o gênero parece ser um dos condicionantes que contribuem para dificultá-la. Objetivo: Analisar a influência da categoria gênero na adesão ao tratamento da tuberculose no município de Campina Grande-PB. Metodologia: O estudo é do tipo transversal, de tendência temporal, descritivo-exploratório, com abordagem quanti-qualitativa. A pesquisa foi realizada no município de Campina Grande-PB. A primeira etapa contemplou a parte quantitativa com descrição do perfil epidemiológico da tuberculose no período 2001-2016, com um total de 2.228 casos. A segunda parte foi qualitativa, tendo sido realizadas entrevistas com os doentes por tuberculose, residentes nessa mesma localidade e notificados no ano de 2016. A amostra foi de 63 sujeitos. A análise dos dados quantitativos contemplou frequências simples e cruzamentos de variáveis, tendo sido aplicado o teste de Qui-quadrado. A análise qualitativa foi realizada segundo a Teoria de Geração de Sentido. O projeto foi submetido a Comitê de Ética. Resultados: O perfil dos entrevistados revela as mulheres, com 27,6% na faixa etária 41 a 52, 25% ensino fundamental completo, 86,2% tem uma crença religiosa, 60% são católicas, 42,9% são solteiras, 65,5% tem filhos, 33,3% estão trabalhando, 78,6% possui remuneração pela ocupação. Já o grupo dos homens apresentaram 23,5% na faixa etária de 41 a 52, 60,6% analfabetos, 67,6% tem religião, 60,9% são católicos, o estado civil apresentou o mesmo resultado 38,2% disseram ser solteiros e 38,2% referiram ser casados, 67,6% tem filhos, 68,6% estão trabalhando, 100% possui remuneração pela ocupação. Da análise dos depoimentos emergiram três categorias: Gênero e TB, Processo saúde-doença e Elementos que condicionam o tratamento. Identificou-se maior participação dos homens como chefes de família e sua presença preponderante em atividades extra-domicílio, enquanto as mulheres tiveram presença preponderante como donas de casa, destacando-se menor conhecimento desse grupo em relação à doença. Os depoimentos dos homens revelam traços de masculinidade historicamente formada no espaço social onde foi desenvolvido o estudo, as mulheres em seu processo de tratamento, enfrentam o processo saúde-doença e o tratamento dando continuidade à sua participação na família. Os sujeitos de ambos os grupos relataram sentimentos negativos sobre a TB, tendo enfrentado dificuldades, principalmente de acesso, na trajetória até a descoberta da enfermidade. Os homens identificaram como principal barreira para a adesão ao tratamento as questões financeiras e as mulheres, a mudança da rotina nas atividades domésticas e no cuidado com os familiares. Conclusão: Confirma-se que a adesão não se reduz a um ato de volição individual, mas está relacionada ao processo de reprodução social, e, sendo a categoria gênero cultural e socialmente determinada, foi possível identificar sua influência na adesão ao tratamento. |