Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Ludmilla Dell\'Isola Pelegrini de Melo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-06082021-103724/
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Resumo: |
Os bebês humanos nascem com um aparato biológico que os permitem se expressar emocionalmente, atraindo a atenção dos adultos que, por sua vez, realizam ações de cuidado, possibilitando a sobrevivência e o desenvolvimento das crianças. Também as ações de cuidado dos adultos ensejam expressões emocionais nos bebês. A revisão integrativa da literatura sobre a relação entre as expressões emocionais dos bebês e as ações de cuidado/educação dos adultos evidenciou algumas lacunas, dentre elas que os contextos e participantes dos estudos estão focados no ambiente familiar, e as pesquisas investigam o que se diz sobre as práticas de cuidado, não acompanhando como elas são concretamente realizadas cotidianamente na relação com o bebê. Neste sentido, este trabalho investigou como as práticas de cuidado/educação realizadas pelos adultos estão dialogicamente entrelaçadas às expressões emocionais dos bebês, focalizando diferentes contextos: família de origem, família acolhedora, instituição de acolhimento e creche. Foram conduzidos quatro estudos de caso, cujo material empírico (videogravações) pertence ao Banco de Dados do CINDEDI. Selecionou-se um bebê de cada contexto, tendo como critério de inclusão aquele que tivesse idade entre quatro e oito meses de vida. Foram realizadas duas fases de construção do corpus empírico. Na primeira fase buscou-se identificar se e como as ações dos parceiros de interação articulam-se (ou não) às expressões emocionais do bebê. As videogravações foram analisadas quanto a: organização e rotina do ambiente, interações construídas, ações de cuidado dos adultos e emergência das expressões emocionais dos bebês. Foi possível construir um panorama geral dos diversos contextos, identificando alguns padrões de emergência das expressões emocionais dos bebês e das ações de cuidado dos adultos. A segunda fase da análise buscou compreender o desencadeamento das interações com foco na articulação entre as expressões emocionais dos bebês e as ações de cuidado dos adultos. Foram selecionados enredos interativos de cada contexto, que foram ilustrados em gráficos panorâmicos, para que se pudesse visualizar e acompanhar tanto as minúcias quanto o encadeamento das situações selecionadas. Por meio dessas duas fases de análise, observou-se que as expressões emocionais dos bebês, a depender do contexto, demarcam o ritmo das ações de cuidado oferecidas pelos adultos, sendo a forma de comunicação do bebê, inclusive, para negociar com o seu parceiro de interação essas ações de cuidado. As expressões de desprazer dos bebês estiveram circunscritas a situações variadas, emergindo especialmente nos momentos em que os bebês requeriam algum tipo cuidado, enquanto o sorriso esteve circunscrito às situações de interação mais correguladas com o cuidador, como durante as brincadeira e interação face-a-face. Nos contextos familiares (família de origem e acolhedora), observou-se que o adulto manteve interações mais duradouras com o bebê e atendendo-o mais prontamente diante das expressões de choramingo ou choro. Nos contextos institucionais, os bebês estiveram por mais tempo no berço/carrinho (instituição de acolhimento) e no chão/tatame (creche), sendo mais atendidos, ainda que não prontamente, nos momentos de choro. Discute-se a complexidade e dialogicidade dos diferentes contextos e interações investigados, os quais circunscrevem as possibilidades de desenvolvimento socioemocional dos bebês. |