Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Braga, Laura Arantes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-29072024-104151/
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Resumo: |
Introdução: As uveítes acometem boa parte da população economicamente ativa, gerando relevante impacto socioeconômico. Assim, o conhecimento sobre o tema é crucial para prevenir desfechos visuais ruins, potencialmente reversíveis. Contudo, faltam na literatura estudos precisos e homogêneos sobre a frequência dos diversos tipos de uveítes e os fatores de risco para deficiência visual. Objetivos: Identificar a frequência e descrever o perfil clínico das uveítes em pacientes atendidos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, evidenciar fatores de risco associados a pior prognóstico visual e identificar mudanças durante a pandemia da COVID-19. Material e Métodos: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes com uveítes avaliados pela primeira vez no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, de 1º de janeiro de 2018 a 30 de junho de 2021. A coleta de dados consistiu em identificação, quadro clínico, etiologia, tratamento e seguimento dos pacientes. Resultados: Foram incluídos 462 pacientes, prevalecendo a faixa etária de 18 a 40 anos, sem diferença entre os sexos. Prevaleceram, também, quadros em atividade (81,0%), que evoluíram com melhora de acuidade visual (AV) ao longo do seguimento (p<0,0001). Predominaram formas posteriores (62,1%), infecciosas (59,1%), unilaterais (82,3%), com toxoplasmose como principal etiologia (48,9%). Em seguida, foram as anteriores (21,0%) e idiopáticas (27,5%). Houve associação entre o sexo feminino e esclerites (p=0,0164), Lupus Eritematoso Sistêmico (p=0,0446) e etiologias idiopáticas (p=0,0099). O estudo determinou fatores de risco para desfechos visuais ≤20/200, destacando-se o sexo masculino (OR=1,97, p=0,0034), idade >60 anos (OR=4,2, p=0,0013) e AV inicial desfavorável, particularmente, ≤20/200 (OR=51,30, p<0,0001). Etiologias infecciosas (OR=2,74, p=0,0111) e quadros persistentes (OR=2,57, p=0,0046) apresentaram associação menos importante. Durante a pandemia, prevaleceram casos limitados (p=0,0101), unilaterais (p=0,0073) e ativos (p=0,0086), indicando menos casos persistentes, bilaterais e inativos. Houve piora no perfil das AVs finais, com redução da categoria AV ≥20/40 e aumento na de AV 20/50 a 20/160 (p=0,0078). Conclusões: O estudo proporcionou insights sobre a dinâmica do referenciamento de pacientes no setor de uveítes de um serviço terciário. Destacou uma experiência positiva no diagnóstico e tratamento, evidenciando melhora na AV durante o seguimento e baixa incidência de complicações. A faixa etária mais afetada foi a de jovens, sem distinção de sexo, ressaltando a relevância das uveítes na população economicamente ativa. As uveítes posteriores, infecciosas e unilaterais foram as mais comuns, associadas, principalmente, à toxoplasmose. Fatores de risco para AV final desfavorável incluíram sexo masculino, idade avançada e baixa AV inicial. Durante a pandemia houve mudança adversa no perfil das AVs finais, destacando a importância do acompanhamento oftalmológico contínuo. Em conclusão, os dados fornecem subsídios para a discussão sobre implementação de medidas terapêuticas mais eficazes e precoces, visando otimizar resultados visuais e a qualidade de vida dos pacientes. |