Avaliação ecográfica de uveíte em pacientes com espondiloartrite axial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Andrade, Flávia Regina de
Orientador(a): Nucci, Luciana Bertoldi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16941
Resumo: Introdução: A incidência de uveíte é de 17-52/100.000 pessoas-ano e a prevalência varia entre 38-284/100.000 pessoas. Cerca de 60 causas estão descritas, classificadas em 5 grupos: causas oftalmológicas isoladas, infecciosas, doenças inflamatórias, síndromes mascaradas e relacionadas à droga. É uma manifestação extra-articular comum nas espondiloartrites, e ocorre em cerca de 25,8% dos pacientes. A suspeita clínica ocorre em pacientes com queixa de fotofobia, perda visual, além de dor e hiperemia ocular, o exame clínico pode confirmar o diagnóstico. Exames complementares podem ser utilizados, como a ultrassonografia com biomicroscopia, tomografia de coerência óptica e ressonância nuclear magnética ocular. A ultrassonografia modo B é um exame rápido, seguro, de fácil acesso e que pode trazer informações úteis para a confirmação de uveíte. Objetivo: Avaliar através da ultrassonografia ocular a presença de uveíte e suas complicações nos pacientes com espondiloartrite axial radiográfica e não radiográfica, comparando com o exame oftalmológico e correlacionando com dados demográficos, comorbidades, exames laboratoriais e aspectos clínicos da doença reumatológica. Métodos: Estudo observacional transversal com avaliação clínica, oftalmológica e exame ocular de ultrassonografia pelo modo B, de alta frequência, em 30 pacientes do ambulatório de Reumatologia do Hospital da PUC-Campinas, com diagnóstico de espondiloartrite axial radiográfica ou não radiográfica. Resultados: Foram avaliados 30 pacientes, com média de idade de 46,3 (±13) anos. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (63,3%), brancos (66,7%), com diagnóstico de espondiloartrite axial radiográfica (80,0%) e apresentava tempo de doença superior a 5 anos: 63,3%. O ultrassom ocular evidenciou uveíte intermediária (vitreíte) em mais da metade dos olhos avaliados. Houve diferença estatisticamente significativa de presença de catarata, podendo ser considerado uma complicação do processo crônico uveal detectado pelo ultrassom (p = 0,0371). Também foi realizada a medida do nervo óptico, dentre os pacientes que tiveram aumento da espessura do nervo óptico, 78,3% apresentaram uveíte intermediária (p = 0,0077), sugere-se que o processo inflamatório crônico (vitreíte) pode aumentar a espessura do nervo óptico pelo ultrassom ocular. Conclusão: Observamos expressiva porcentagem de processo inflamatório crônico no humor vítreo pela ultrassonografia em pacientes com espondiloartrite em atividade inflamatória, bem como avaliamos algumas alterações de complicações do processo inflamatório crônico uveal, como catarata e aumento do nervo óptico. Assim futuramente o ultrassom poderá ser uma ferramenta adjuvante na avaliação oftalmológica de pacientes com espondiloartrite.