Efeitos do estresse por calor sobre a imunidade e a migração de Salmonela enteritidis em frangos de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Quinteiro Filho, Wanderley Moreno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-26062013-144044/
Resumo: O estresse é uma realidade na produção avícola mundial. Sabe-se que ambientes estressores prejudicam o bem-estar, os parâmetros produtivos e a imunidade de frangos de corte. Sabe-se, também, que o estresse por calor diminui a atividade de macrófagos em frangos de corte e, que existem, inúmeros estressores ambientais que insidem sobre a produção animal e podem aumentar a susceptibilidade às doenças. A Salmonella spp. é uma das maiores zoonoses do mundo, causando mais de 1 bilhão de casos de infecção. Nesse sentido, o presente trabalho analisa os efeitos do estresse por calor (31±1°C) sobre os índices zootécnicos, a imunidade, a invasão bacteriana e a integridade intestinal em frangos de corte infectados com Salmonella enteritidis; os dados obtidos foram discutidos dentro de uma perspectiva neuroimune. Os frangos foram divididos em quatro grupos: 1) Controle (C); 2) Estresse por Calor a 31±1 °C (HS31°C); 3) Controle infectados com Salmonella enteritidis (Controle Positivo [PC]) e; 4) Estresse por calor a 31±1 °C e infectados com Salmonella (PHS31°C). Nossos resultados mostraram que o estresse por calor em uma situação de infecção experimental por Salmonella enteritidis (grupo PHS31°C) 1) diminuiu os índices zootécnicos; especificamente, diminuiu o ganho de peso, consumo de alimento e a conversão alimentar; 2) diminuiu os níveis plasmáticos de INF-γ e IgA; 3) diminuiu a expressão de, IL-6 e IL-12 em baço e diminui IL1- β, IL-10 e TGF-β em tonsila cecal; 4) diminuiu a expressão de AvBD-4 e AvBD-6 em tonsila cecal e; 5) diminuiu a expressão de TLR-2 em baço e tonsila cecal. Observamos, também, 6) aumento dos níveis séricos de corticosterona nos animais dos grupos HS31°C e PHS31°C e; 7) piora no quadro de enterite produzida pela Salmonella enteritidis, quando os animais foram estressados por calor, caracterizando-se uma enterite moderada ao longo de todo o intestino delgado. Finalmente, 8) observamos que o estresse por calor aumentou a migração de Salmonella enteritidis para baço das aves do grupo PHS31°C, porém esse aumento não foi observado no fígado; observamos, também, presença de Salmonella na medula osssea dos animais estressados e infectado com essa bactéria. Os dados obtidos sugerem que a somatória dos fatores estresse por calor e infecção por Samonella prejudicou os parâmetros produtivos, a integridade intestinal, a imunidade e, em especial a ativação e atividade de macrófagos, possibilitando um aumento da migração de Salmonella enteritidis para o baço e medula óssea dos frangos de corte. Neste sentido, o estresse por calor teria prejudicado a qualidade da barreira imune intestinal, via ativação do eixo HPA e aumento dos níveis de corticosterona, diminuindo a imunidade inata proporcionando a migração das bactérias patogênicas através da mucosa intestinal para o baço e a medula óssea das aves estressadas.