Efeito do fosfogesso em solos salinizados da Paraíba cultivados com feijão vigna (Vigna unguiculata L. Walp)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1985
Autor(a) principal: Cavalcante, Lourival Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20231122-092711/
Resumo: O trabalho foi conduzido em casa de vegetação do Departamento de Solos, Geologia e Fertilizantes da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Foram coletadas amostras de solos aluviais, entre 0-30 cm de profundidade, nos setores 1 (Estação Experimental da EMEPA-PB), 10 e 32, pertencentes ao perímetro irrigado de São Gonçalo, Souza - Paraíba, e cognomidados de solo-1, solo-10 e solo-32 respectivamente. Após secas e peneiradas quantificou-se a necessidade de gesso para as amostras em função do teor de sódio de cada solo, em equivalência com o cálcio do corretivo. Os solos foram acondicionados em vasos na relação 5 kg/vaso e incorporadas quantidades de fosfogesso da Ultrafértil correspondentes a uma vez (dose-1) e duas vezes (dose-2) da necessidade de gesso. As quantidades de fosfogesso por quilo de solo foram 0,6 e 1,2 g (solo-1); 62,0 e 124,0 g (solo-10); 8,0 e 16,0 g (solo-32) respectivamente. Após a incorporação do corretivo foram efetuadas cinco lixiviações: imediatamente após a aplicação, dez, vinte, trinta e cinquenta dias depois de iniciado o ensaio. Concluído o prazo de incubação dos solos procedeu-se uma adubação básica, adicionando-se 100 ppm de N (NH4NO3), 100 ppm de P(NAP) e 100 ppm de K(KC1), juntamente com 1,0 meq Mg++/100 g TFSA e foram plantadas sementes das cultivares Ipeam V-69 e TVx 1836 013J de Vigna unguiculata (L.) Walp. O ensaio foi inteiramente casualizado, envolvendo três tipos de solos (S1 - S10 - S32), três doses de fosfogesso (F0 - F1 - F2), ausência e presença de magnésio (M0 - M1) e duas cultivares (C1 e C2) respectivamente. Os resultados evidenciaram que do ponto de vista físico o fosfogesso contribuiu para melhoria da macroporosidade do solo-10 e microporosidade dos solos 1 e 32, refletindo-se em menor retenção de água do primeiro e acréscimo dos dois últimos. Fato constado pelo volume de água aplicado, para lixiviação mínima de 250 ml em todas as lixiviações, ser reduzido de 1.200 para 1.100 ml (solo-1), de 1.600 para 800 ml (solo-10) e de 900 para 800 ml (solo-32), a partir da terceira lixiviação. No solo-10, o mais crítico, houve tendência da maior dose de fosfogesso induzir aumento na força de retenção de água. As análises das soluções lixiviadas indicaram que, depois de trinta dias de incorporado, o fosfogesso apresentou adequada eficiência no deslocamento de sódio trocável dos solos. O solo-32, pelas suas características arenosas, mostrou nas condições experimentais, poder ser recuperado com aplicações sucessivas de água e fertilização química posterior. Enquanto no solo-10 essa recuperação revelou-se inviável, devido a grande floculação das argilas proporcionadas pela água sem a presença do corretivo químico. Cinquenta dias após o fornecimento do fosfogesso, os dados revelaram que, a percentagem de saturação de (PSS) foi reduzida de 4,67 para 0,34 (dose-1) e 0,32% (dose-2) no solo-1, de 89,32 para 11,91 (dose-1 e 5,63% (dose-2) no solo-10 e de 48,55 para 0,10 (dose -1) e 0,05% (dose-2) no solo-32. As concentrações de cloreto baixaram de 2, 50 para 1,30 (dose-1) e 1,30 meq/1 (dose -2) no solo-1, de 353,33 para 7,00 (dose-1) e 4,00 meq/1 (dose-2) no solo-10 e de 3,50 para 1,00 (dose-1) e 0,90 meq/1 (dose-2) no solo-32. Os teores de bicarbonato diminuíram de 2,40 para 1,10 (dose-1) e 1,00 meq/1 (dose-2) no solo-1, de 258,75 para 6,50 (dose-1) e 3,20 meq/1 (dose-2) no solo-10 e de 2,80 para 1,00 (dose-1) e 0,90 meq/1 (dose-2) no solo-32. O íon carbonato mostrou-se ausente nos solos 1 e 32, mas no solo-10 foi reduzido de 182,50 meq/1 para quase zero, com aplicação de qualquer uma das doses fosfogesso. Além dessas vantagens o corretivo aumentou as concentrações de cálcio e enxofre, ao ponto de desequilibrar ionicamente os solos, apesar de que nem todo o cálcio trocável adicionado ter se solubilizado no período experimental. As plantas de ambas as cultivares apresentaram absorção total de sódio decrescente com as doses do corretivo aplicado. Justificando dessa maneira eficiência satisfatória do fosfogesso no deslocamento de sódio trocável, e sobre tudo nas práticas preventivas contra os riscos de alcalinidade dos solos. Dentre as cultivares a Ipean V-69 produziu mais matéria seca que a TVx 1836-013J, mas seu florescimento e frutificação foram retardados em quase vinte dias, ao passo que a TVx 1836-013J basicamente não sofreu retardamento pelos efeitos dos sais. Constatou-se ainda que 56% das plantas da TVx floraram no solo-10, que era o mais salinizado, contra apenas 16% da Ipean V-69.